Os 5% brasileiros mais ricos possuem em torno de 44% da renda total do País, aponta estudo da Universidade de Brasília (UNB), utilizando dados do Imposto de Renda. A pesquisa indica que a desigualdade social e a concentração de renda são maiores que os índices divulgados em outras análises.

Os pesquisadores trabalharam com dados do período de 2006 a 2012 e perceberam piora na distribuição de renda nacional. No caso dos 5% mais ricos, que correspondem a quem ganha mais de R$ 57,6 mil por ano, a concentração passou de 40% em 2006 para 44% em 2012.

Em outro recorte, analisando apenas 1% dos mais ricos, os pesquisadores chegaram ao número de 25% de toda da renda dos brasileiros. Indo além, foi constatado que os 0,1% mais endinheirados abocanham 11%.

Subestimados

Apesar de serem espantosos, os índices ainda podem estar subestimados, pois lucros registrados como de pessoa jurídica, além da evasão fiscal, não foram calculados pelo estudo.

“A concentração de renda no topo é impressionante. Não importa como a medida seja construída, a desigualdade que ela expressa é extremamente alta e não dá sinais claros de mudança”, afirmam os pesquisadores.

Terceirização

As informações da pesquisa só reforçam a necessidade de lutar contra a ampliação da terceirização que os grandes empresários querem fazer no País. Os projetos de lei 4330 e 7892 (Câmara) e PLS 87 (Senado) têm que ser barrados, pois eles causarão redução de salários e piora das condições de trabalho no Brasil.

“O capital tem buscado outros caminhos para permitir a precarização total e conseguiu pautar a questão denominada Repercussão Geral para que o Supremo Tribunal Federal julgue, mas seguimos lutando para impedir a retirada de direitos”, afirma Ricardo Saraiva Big, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e secretário de Relações Internacionais da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora.