Privatização da Caixa
A Caixa é de todos, não é de Guimarães e Guimarães não é a Caixa
A Caixa é de todas e todos os brasileiros, pois além de atender clientes poupadores e correntistas, atende trabalhadoras e trabalhadores integrantes do Programa de Integração Social (PIS) ou em Seguro Desemprego, estudantes com o FIES, opera benefícios e programas sociais, realiza sonhos com financiamentos habitacionais e até de apostadores de loterias com credibilidade e segurança
Em 12 de janeiro de 2022 a Caixa fará 161 anos e nesse longo período de existência assumiu, entre tantas atividades, a exclusividade de empréstimos sob penhor, se especializou na hipoteca para aquisição de imóveis, incorporou o Banco Nacional da Habitação – BNH, centralizou com excelência a administração das Contas do FGTS, tudo isso sempre prestando serviços que possuem função econômica ou social do Estado, para além das relações meramente financeiras desempenhadas pelas instituições privadas do país.
A Caixa é, sem nenhuma dúvida, de todas e todos os brasileiros, pois além de atender clientes poupadores e correntistas, atende trabalhadoras e trabalhadores integrantes do Programa de Integração Social (PIS) ou em Seguro Desemprego, estudantes com o FIES (Financiamento Estudantil), opera benefícios e programas sociais, realiza sonhos com financiamentos habitacionais e até de apostadores de loterias com credibilidade e segurança. Por fim, a Caixa, desde 2012, passou a atuar no Crédito Rural, disponibilizando diferentes linhas de crédito para produtores rurais e cooperativas.
Cabe também lembrar a relação da Caixa com as prefeituras, viabilizando programas de infraestrutura, saneamento, urbanização e transporte (mobilidade), entre outros, notadamente no interior e nas regiões periféricas das capitais, além de prestar serviços de assessoramento técnico, jurídico, econômico e socioambiental para governos municipais, estaduais e órgãos públicos.
A Caixa é uma empresa do povo brasileiro, mas para garantir isso é, antes de tudo, um sujeito coletivo formado por “empregados e empregadas Caixa”, que foram aprovados em seleção pública para compor o quadro de pessoal dedicado, forte e resiliente, pessoas apaixonadas pelas funções sociais da Caixa.
Desde sua origem, quando no império foi denominada: ”Caixa Econômica e Monte Socorro”, a empresa sempre esteve voltada para o povo e tinha o objetivo de promover o hábito de poupar entre as pessoas de baixa renda e no caso dos escravizados, por exemplo, poupar para comprar suas alforrias.
Seja numa Agência Barco, na Agência Capital ou nos Prédios Administrativos você vai encontrar pessoas apaixonadas pela Caixa.
Mas neste momento há muito sofrimento nas relações internas da Caixa, consequência de uma administração privatista que explora a boa fé e o amor pela empresa para que um indivíduo que não é da Caixa realize seus desejos de projeção política. Por isso é importante afirmar que Caixa não é de Guimarães, porque ele não sabe o que é atender o povo sem pensar em lucrar; não sabe cuidar do pessoal da Caixa com respeito e dignidade; e, acima de tudo, não está à altura da história da “Caixa Econômica” do Brasil.
Também é importante analisar que Guimarães não é da Caixa, considerando sua vida pregressa. Como exemplos podemos questionar por que no seu doutorado na Universidade de Rochester, o objeto de estudo foram os processos de privatizações brasileiros? No mercado financeiro trabalhou como analista no Santander e no BTG Pactual, banco de investimentos fundado por Paulo Guedes.
Participou dos processos de privatização de bancos públicos como o Banespa, Banerj e Banestado.
Foi comandante do banco de investimentos Brasil Plural. O conceito de “Se é Público, é para todos” se encaixa totalmente na história e no papel que a Caixa, 100% pública, desempenha na economia e no desenvolvimento social do Brasil. Tudo isso graças à capacidade de entrega e de organização de seus empregados, não para gerar lucros financeiros para gestores de plantão, mas para dar sustentação à sua missão e ser motivo de orgulho do povo que se relaciona com a instituição em todas as suas dimensões.
Escrito por: Enilson Plattner - bancário da Caixa desde 1989 e militante sindical desde 1995
Fonte SEEB do RJ com edição do SEEB de Santos e Região
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias