BB é do Brasil
Análise do balanço confirma que BB é essencial para o Brasil
Apesar do Banco do Brasil (BB) ser essencial, a desestruturação dos últimos anos coloca em risco sua atuação e contribuição para o desenvolvimento do país
A análise dos balanços dos bancos públicos, para destacar sua viabilidade comercial e sua importância social, destacou os resultados do Banco do Brasil e os ataques que o mesmo vem sofrendo nos últimos anos e os prejuízos que isso pode causar para o país.
Os números
A apresentação da economista Nádia Vieira de Souza, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) reforçou a visão de que o Banco do Brasil, assim como os demais bancos públicos, desempenha um importante papel no desenvolvimento do país, tanto em decorrência da concessão de crédito, principalmente no crédito rural, mas também na execução de programas sociais do Governo Federal.
“Mas, nos últimos anos, temos visto um ataque sistemático a todos os bancos públicos, incluindo o Banco do Brasil. Isso tem reduzido cada vez mais sua atuação”, observou a economista. “Mas, mesmo com esses ataques, a participação do BB no total de crédito fechou 2020 em 19,4%, com peso ainda maior nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, completou Nádia.
Além do crédito, Nádia também destacou a capilaridade do BB, que atua na maior parte dos municípios brasileiros. “O banco, no entanto, vem sofrendo um forte enxugamento nos últimos anos e, em janeiro, foi anunciada mais uma reestruturação, com fechamento de agências e uma redução de 6% do pessoal, o que causará um forte impacto no trabalho e sobrecarregará os funcionários que permanecerão no quadro”, ressaltou.
A representante dos funcionários no Conselho de Administração do BB (Caref), Débora Fonseca, também ressaltou a capilaridade do Banco do Brasil. “A presença do BB é muito marcante em muitos municípios, principalmente naqueles onde ele é o único banco da cidade. E em muitos deles essa relação de proximidade com os agricultores contribui com a atuação junto ao agronegócio. Com o fechamento de agências abre-se espaço para as cooperativas de crédito”, disse.
Banco do mercado
Débora Fonseca, também apontou a dubiedade do discurso do novo presidente do banco, Fausto Ribeiro. “Se por um lado, em carta aos funcionários o novo presidente fala de valorização dos funcionários, em outros momentos focou sua fala no retorno aos investidores”.
A Caref do BB lembrou, ainda que as devoluções de recursos para o Tesouro Nacional por meio dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD) pode trazer prejuízos para o banco e sua atuação de fomento ao desenvolvimento e, consequentemente para o país. “Isso pode encarecer o crédito e gerar grande impacto não apenas na compra de maquinários, mas do agro como um todo”, afirmou. “É ruim para o Estado, é ruim para o produtor, é ruim pra todo mundo! Ninguém é beneficiado, a não ser os bancos privados, que poderão competir em melhores condições no segmento agro”, completou.
Fonte Contraf
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias