Sem vacinas?

Atila Iamarino: não haverá carnaval em 2022 e pandemia vai durar anos

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Atila Iamarino: não haverá carnaval em 2022 e pandemia vai durar anosRovena Rosa/Agência Brasil

Doutor em Microbiologia pela Universidade de São Paulo reforça que a única forma de superar a covid-19 é combinando vacinação acelerada e medidas fortes de distanciamento social. É bom revelar também que o governo Bolsonaro rejeitou em 2020 a compra de 70 milhões de doses da farmacêutica Pfizer e por diversas vezes ofertas do Instituto Butantan e de outras vacinas

 

“O Brasil vai ficar com os casos explodindo e fronteira fechada por uns bons anos, se a gente continuar na estratégia contra a covid que estamos usando agora.” A afirmação é do doutor em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP) Atila Iamarino, na live mais recente que ele apresentou no YouTube, na quarta-feira (31). Diante disso, foi taxativo em prever que não haverá carnaval em 2022, da mesma forma como não houve este ano.

 

O divulgador científico afirmou que “o que a gente tá fazendo até agora não resolve a pandemia aqui no Brasil”. Utilizando alegorias para explicar o cenário, disse que não adianta apenas a vacinação, ela tem de vir junto com o lockdown. “Sem essas medidas, isso não vai passar. Não tem carnaval de 2022. Não sou eu falando, estou constatando o que está acontecendo. A gente está com o braço quebrado e se a gente não parar para deixar esse braço se regenerar, ele vai continuar doendo e você vai continuar sem poder usar esse braço. O Brasil não está deixando a ferida da covid cicatrizar.”

 

Atila continua seu raciocínio reforçando o que ele mesmo já havia dito, além de um sem número de outros especialistas na área. “As vacinas sozinhas não fazem o trabalho de segurar o vírus. É preciso das medidas de distanciamento social, de fechamento, de máscara”, afirma, acrescentando as conclusões de um estudo sobre o Reino Unido, que usam vacinas com a mesma eficácia que o Brasil. “São suficientes pra impedir o vírus? Não são. Só essas vacinas, mesmo se grandessíssima parte for vacinada, não impedem a transmissão do vírus.”

 

Troca de presidente

Outro exemplo usado por ele para mostrar a necessidade urgente da combinação entre medidas claras de distanciamento e imunização eficiente é a melhora consistente na situação da crise nos Estados Unidos. Segundo o biólogo, o país está até ensaiando ter o Dia da Ação de Graças com as pessoas se reunindo no final deste ano, em 25 de novembro.

 

Os Estados Unidos eram de longe o país mais crítico no que diz respeito à pandemia, com mortes diárias acima de 3 mil entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano. Porém, neste meio tempo houve a troca de governo. Saiu Donald Trump, “mestre” de Jair Bolsonaro, e entrou Joe Biden, que passou a valorizar as medidas de isolamento sugeridas por toda a comunidade científica internacional, e acelerou a vacinação. Resultado, nas últimas semanas eles raramente superam mil mortes diárias em uma curva claramente descendente.

 

Bolsonaro não comprou vacinas em 2020

A farmacêutica Pfizer fez a primeira oferta de 70 milhões de doses em 14 de agosto de 2020 e o governo federal não se interessou. Instituto Butantan ofereceu milhões de doses da CoronaVac ao governo em 30 de julho, 18 de agosto e 7 de outubro. O governo nunca se interessou.

 

Além disso, embora o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, tenha afirmado que encontrou dificuldade em negociações com o consórcio Covax Facility, da Organização Mundial de Saúde (OMS), pessoas ligadas às conversas, segundo apurou matéria da Folha de São Paulo, apontam que foi da pasta a decisão de adquirir doses para apenas 10% da população por meio da iniciativa.

 

A Pfizer não foi a única a ter propostas rejeitadas. Documentos mostram que outros laboratórios também tiveram ofertas que previam entregas mais cedo ignoradas, a exemplo do Instituto Butantan, que hoje é responsável por pelo menos 78% das vacinas já distribuídas no país contra a Covid.

 

Desumanidade

Aqui no Brasil, por outro lado, os números da covid só sobem e há mais de um mês não tem um dia em que não são registrados pelo menos dois mil óbitos. A chamada média móvel está beirando 3 mil por dia, batendo recorde atrás de recorde. O número oficial de mortes já está acima dos 330 mil, com uma subnotificação estimada em torno de 35%. Segundo a Universidade de Washington, serão mais de 560 mil mortes até meados de julho.

 

“A gente podia ter esse discurso de que covid não matava quando era uma pessoa na TV que aparecia morrendo. Agora já é alguém do bairro, do quarteirão, do condomínio, da família, um amigo próximo”, diz Atila Iamarino. “Eu não sei o que a gente precisa ver pra mudar essa situação no Brasil. O meu limiar de desumanidade já passou faz muito tempo, mas aparentemente, pra quem toma decisões, isso ainda não chegou”, conclui.

Fonte Rede Brasil Atual e Folha de São Paulo com edição da Comunicação do SEEB de Santos e Região
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias

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