A verdade e a memória dos trabalhadores

Ato Sindical Unitário reúne centenas de pessoas em Santos

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Ato Sindical Unitário reúne  centenas de pessoas em Santos

O evento, organizado pela Intersindical e outras centrais sindicais, é um trabalho do Coletivo Sindical da Comissão Nacional da Verdade

A noite de terça-feira, 27, em Santos foi de resgate da memória dos trabalhadores perseguidos, torturados e mortos durante a Ditatura Civil-Militar que assolou o País entre 1964 e 1985. A Intersindical, representada pelo Sindicato dos Bancários de Santos e Região, e outras centrais realizaram o Ato Sindical Unitário da Baixada Santista “ A verdade e a memória dos trabalhadores por justiça e reparação”, que reuniu mais de 120 pessoas no auditório do Sindicato dos Petroleiros, incluindo sindicalistas que sofreram os abusos cometidos pelo regime ditatorial.

Também participou do evento a advogada Rosa Cardoso, que compõe a Comissão Nacional da Verdade (CNV). Durante o ato, ela classificou o movimento sindical como “o mais importante movimento social desse País”.

“Ao assistir as intervenções dos representantes das centrais sindicais nós podemos ver o quanto existe de combatividade, de compreensão das lutas que devemos travar. Das lutas que relacionam o passado e o presente”.

Rosa explicou que uma das contribuições da CNV é trazer à tona informações que ainda não são de amplo conhecimento da sociedade. “Fazemos História, um tipo especial de História, ouvindo a voz das vítimas, as deixando falar”.

Além das falas dos representantes das centrais, das comissões da verdade e militantes da época, houve a exibição de vídeos com entrevistas de trabalhadores, a maior parte já falecida. Entre os entrevistados estava o bancário Antônio Guarnieri, que foi presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região na época do golpe. Ele ficou preso durante seis meses, quatro deles no Navio Raul Soares, embarcação que foi palco de tortura de centenas de trabalhadores.

50 anos do golpe

O bancário Nivaldo Alves, que é um dos organizadores do evento, lembrou durante a atividade que em 31 de março do ano que vem o Sindicato dos Bancários realizará uma sessão da comissão da verdade, além de lançar uma revista que aborda como a ditadura atingiu a categoria. A data marca o aniversário de 50 anos do golpe no Brasil.

“É muito importante resgatar a história daqueles que foram os protagonistas da luta de classe. Santos foi fundamental nesse período da história, quando havia o Fórum Sindical de Debates, instrumento fundamental para a organização dos trabalhadores. É preciso olhar para o passado para construir um futuro mais justo”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva, o Big.

O encontro segue nesta quinta-feira, 28, com a coleta de testemunhos de vítimas da Ditadura e seus familiares.   

Fonte Imprensa SEEB Santos e Região
Postado por Fernando Diegues em Notícias

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