Campanha Salarial 2014
Bancários abrem negociação sobre emprego com os bancos nesta quarta,3
O Comando Nacional dos Bancários realiza nesta quarta-feira,3, a terceira rodada de negociação da Campanha 2014 com a Fenaban, para discutir emprego, que inclui fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações. A reunião acontece no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. Na quinta-feira a rodada de negociação durará o dia todo, tendo a remuneração na pauta.
Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base na Rais do Ministério do Trabalho mostra que os bancos privados fecharam 18.023 postos de trabalho em 2013. E de janeiro a julho de 2014 já cortaram mais 3.600 empregos, segundo a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB).
Rotatividade achata salários
Além de fechar os 21.623 postos de trabalho de janeiro de 2013 a julho de 2014, os bancos privados desligaram 66.567 trabalhadores nesse mesmo período. Foram 42.892 desligamentos no ano passado (contra 38.563 admissões) e mais 23.675 desligamentos (com 20.075 contratações) nos primeiros sete meses deste ano.
Isso fica claro nos números do Caged. A remuneração média dos bancários desligados de janeiro a julho deste ano era de R$ 5.216,86 contra R$ 3.303,55 dos admitidos - uma diferença de 63,3%. Na economia como um todo, a diferença entre a remuneração média de quem entra e quem sai das empresas é de apenas 7%.
Terceirização fecha empregos e reduz salário
A Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad/IBGE) de 2002 registrou que havia naquele ano 586.765 trabalhadores no sistema financeiro. Já em 2011, a mesma pesquisa mostrou que esse número saltou para 1,004 milhão. No entanto, apenas 512 mil bancários eram formalmente contratados pelos bancos em 2012, sob a proteção da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
Entre 1999 e 2013, as instituições financeiras aumentaram 319% as despesas com trabalhadores terceirizados, tendência que vem se acelerando nos últimos anos, segundo Relatório Social da Febraban.
Se considerarmos os diversos tipos de correspondentes bancários (banco postal, lotéricos, pastinhas, supermercados, drogarias etc.), esses números poderiam ser exponencialmente multiplicados.
Esses trabalhadores terceirizados estão distribuídos pelo sistema financeiro em múltiplas CNAES (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), dificultando sua identificação e localização como prestadores de serviços aos bancos.
Fonte com informações da Contraf
Postado por Fernando Diegues em Notícias