O Banco Central (BC) registrou lucro de R$ 23,5 bilhões em 2011. O resultado foi divulgado há pouco pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que na quarta 29 aprovou o balanço do órgão referente ao ano passado. No primeiro semestre, a instituição lucrou R$ 12,2 bilhões. Nos seis meses seguintes, o resultado ficou positivo em R$ 11,3 bilhões.
O lucro, no entanto, seria muito maior não fosse a administração das reservas internacionais, que rendeu R$ 43,3 bilhões à autoridade monetária no ano passado. O BC teria registrado ganho de R$ 66,8 bilhões, mas esse resultado não é oficial porque a autoridade monetária terá de repassar os lucros das reservas no exterior ao Tesouro Nacional.
No ano passado, o Banco Central gastou R$ 30,6 bilhões com administração das reservas internacionais. Esse montante representa o custo que a autoridade monetária tem ao deixar de aplicar o dinheiro no país (que rendem o equivalente à taxa Selic, atualmente em 10% ao ano), No entanto, a alta de 12,6% no dólar no ano passado fez o valor em reais das reservas aumentar R$ 73,9 bilhões em 2011.
De acordo com o diretor de Administração do Banco Central, Altamir Lopes, a subida do dólar, no segundo semestre do ano passado, mudou a trajetória de prejuízo que a instituição tinha com as reservas internacionais até a metade de 2011. Nos seis primeiros meses do ano passado, o Banco Central teve perda de R$ 49,2 bilhões com a administração do dinheiro aplicado no exterior.
No segundo semestre, no entanto, o BC teve ganho de R$ 90,2 bilhões com o carregamento das reservas. Tanto o lucro de R$ 11,3 bilhões de junho a dezembro como o resultado positivo das reservas estrangeiras, no mesmo período, serão transferidos ao Tesouro Nacional em até dez dias úteis.
Segundo Lopes, o resultado do Banco Central também foi influenciado pelo acordo com os bancos Bamerindus e Banorte, que passaram por liquidação extrajudicial. Ativos das duas instituições financeiras no total de R$ 1,680 bilhão foram repassados ao Banco Central, que incorporou a quantia ao balanço.