O Banco do Brasil apresentou lucro líquido nominal de R$ 12,2 bilhões em 2012, o que corresponde a uma alta de 0,65% em relação a 2011. Em contradição com a alta lucratividade, as unidades do banco, especialmente as agências, funcionam com um número insuficiente de bancários, fazendo com que os empregados trabalhem constantemente sob pressão e no limite de suas capacidades.
O crescimento das metas foi paralelo ao crescimento dos lucros e a previsão para o próximo semestre já foi triplicada. O número de contas atendidas pelo banco e demais demandas de trabalho também têm crescido, mas em proporção inversa à contratação de funcionários. Além de enfrentar os diversos problemas de saúde decorrentes da sobrecarga de tarefas, os trabalhadores têm que “driblar” a insatisfação dos clientes, prejudicados pelas grandes filas e demora no atendimento causados pela falta de funcionários.
O BB abriu 99 novas agências em 2012, passando para 5.362. O número de funcionários passou de 113.810 para 114.182, o que significa que, em um ano, o banco abriu apenas 372 novos postos de trabalho para uma demanda que cresceu muito mais. Além disso, fechou 298 postos de trabalho nos últimos três meses de 2012.
Em outubro de 2012 a direção do BB suspendeu a contratação de novos funcionários programada para suprir os claros oriundos de aposentadorias e demissões. Tudo isto para reduzir custos de pessoal e não impactar nos resultados financeiros. Somente em fevereiro de 2013 o banco voltou autorizar novas contratações, abrindo apenas 50% das vagas a serem preenchidas. Enquanto isso os trabalhadores continuam sobrecarregados nos locais de trabalho.
A ‘economia’ do banco é um desrespeito aos trabalhadores e clientes e produz um efeito ilusório, já que o funcionário tem menos tempo para se entrosar com o ambiente de trabalho e, consequentemente, para apresentar um bom desempenho. Os trabalhadores que entrarem agora só vão apresentar autonomia na execução de suas tarefas a partir dos próximos meses.
Além de não investir em pessoal, a infraestrutura nas agências também é negligenciada. O banco não tem garantido o investimento necessário para proporcionar um ambiente de trabalho adequado para seus funcionários, que sofrem até com o calor das unidades, já que, em muitas agências, a manutenção do ar condicionado não é feita a contento.
Em todo suporte há uma grande morosidade para responder as demandas do cotidiano. Há uma carência de pessoal nas áreas de engenharia, segurança, tecnologia e demais áreas de suporte operacional.
É importante lembrar que quem gera o lucro para o BB é o trabalhador, que precisa ser valorizado. Na contramão desse processo, o BB implementa um Plano de Funções que não beneficia os bancários, pelo contrário, retira direitos e prevê, inclusive, redução salarial, ferindo as leis trabalhistas.