O balanço do Banco do Brasil divulgado nesta terça-feira 14 apresenta lucro líquido de R$ 3,008 bilhões no segundo trimestre deste ano, declínio de 9,7% na comparação com o mesmo período de 2011, mas um aumento de 20,2% comparado com o primeiro trimestre de 2012. De janeiro a junho, o banco teve lucro ajustado de R$ 5,69 bilhões, queda de 7,5%. A redução foi impactada por aumento nas provisões para perdas com empréstimos, mas os resultados ficaram acima do esperado pelo mercado, segundo avaliação da agência Reuters.
Assim como os bancos privados, o Banco do Brasil também usou o truque de reduzir contabilmente o lucro líquido ao elevar desproporcionalmente as provisões para devedores duvidosos mesmo com a estabilização da inadimplência, que no BB está abaixo do sistema financeiro como um todo.
Isso mostra que o resultado do BB foi muito bom e ele tem todas as condições de atender às reivindicações do funcionalismo na campanha salarial deste ano.
Inadimplência tem queda
O índice de inadimplência para operações vencidas a mais de 90 dias do Banco do Brasil encerrou junho com leve queda de 0,1 ponto porcentual, passando de 2,2% no primeiro trimestre deste ano para 2,1% ao final de junho, considerando os atrasos acima de 90 dias. A inadimplência representa 3,8% - abaixo dos demais grandes bancos.
As provisões para devedores duvidosos (PDD) totalizaram R$ 6,934 bilhões no primeiro semestre deste ano, aumento de 26,57% na comparação com os R$ 5,478 bilhões registrados no mesmo período de 2011. As despesas com PDD aumentaram 20,7% no segundo trimestre deste ano ante o mesmo intervalo do ano passado. A variação, segundo o BB, está em linha com o crescimento da carteira de crédito (classificada) de 19,9% no período.
Se desconsideradas as operações do Banco Votorantim, a carteira de crédito classificada do BB cresceu 22% em relação a junho de 2011, porcentual superior ao aumento das respectivas despesas de PDD no período, de 12,6%. Segundo o relatório que acompanha as demonstrações do BB, no segundo trimestre, houve reversão de PDD adicional no montante de R$ 223 milhões, tratada como "item extraordinário".
O BB encerrou junho com ativos totais de R$ 1,1 trilhão. Em 12 meses, os ativos da instituição aumentaram 16,3%.
Operações de crédito crescem 23%
A carteira de crédito do BB, incluindo avais e fianças, totalizou R$ 508,1 bilhões no final de junho, expansão de 8,5% ante março e de 23,1% em 12 meses. Quando considerado o Banco Votorantim e carteiras adquiridas, a alta foi de 13,6% em um ano e 5% ante o trimestre anterior. No segmento de empresas, o crédito cresceu 10,7% no segundo trimestre ante os três primeiros meses do ano e 25,7% em 12 meses.
O patrimônio líquido do BB ficou em de R$ 62,3 bilhões em junho, alta de 14,1% ante o mesmo período do ano passado. Já o retorno sobre o patrimônio líquido médio do banco público foi de 19,3%, inferior aos 25,4% vistos no mesmo período do ano passado. O BB encerrou o semestre com 19,5% de participação de mercado.