Bancos não apresentam proposta. Contra o desrespeito, greve continua

Dois dias de negociação e nenhuma proposta da Fenaban. Contra a ganância dos bancos, a greve continua na segunda. Durante dois dias de negociação com o Comando Nacional, a Fenaban nada apresentou de proposta. Frustrou, mais uma vez, a expectativa de toda a categoria. Diante disto, o Comando Nacional orienta os bancários a manter a mobilização na segunda-feira e aumentar a greve em resposta à falta de respeito dos bancos. Os bancos insistem em oferecer para a categoria uma proposta reduzida de PLR enquanto os bancários não abrem mão da reivindicação de três salários mais R$ 3.850. Continuam oferecendo um índice de reajuste sem aumento real e recusam dar garantia de emprego. Também reafirmaram que não pretende valorizar os pisos salariais este ano. As reivindicações que melhoram as condições de saúde, trabalho e segurança também continuam sem respostas. Os negociadores da Fenaban disseram que uma nova proposta depende dos presidentes dos bancos e irão se reunir com eles, provavelmente na segunda-feira. Somente após essa reunião, vão contatar o Comando para uma nova rodada de negociação. Os bancários vão continuar a greve por: - Reajuste de 10% do salário ? com reposição da inflação mais aumento real de salários. Os bancos ofereceram 4,5%, apenas a reposição da inflação dos últimos doze meses, enquanto outras categorias de trabalhadores de setores econômicos menos lucrativos estão conquistando aumento real de salário. - PLR maior. Os bancos querem reduzir PLR para aumentar lucros. Os bancários querem uma PLR simplificada, equivalente a três salários mais R$ 3.850 fixos. Os banqueiros propuseram 1,5 salário limitado a 4% do lucro líquido mais 1,5% do lucro líquido distribuído linearmente, com limite de R$ 1.500. Essa fórmula reduz o valor da PLR paga no ano passado. Em 2008, os bancos distribuíram de PLR até 15% do lucro líquidomais parcela adicional relativa ao aumento da lucratividade que chegou a R$ 1.980. Neste ano querem limitar o total da PLR distribuída aos bancários a 5,5% do lucro líquido e a R$ 11.500. - Valorização dos pisos salariais. A categoria reivindica pisos de R$ 1.432 para portaria, R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese) para escriturário, R$ 2.763,45 para caixa, R$ 3.477,00 para primeiro comissionado e R$ 4.605,73 para primeiro gerente. Os bancos rejeitam a valorização dos pisos e propõem 4,5% de reajuste para todas as faixas salariais. - Preservação dos empregos e mais contratações. Seis dos maiores bancos do país estão passando por processos de fusão. Os bancários querem garantias de que não perderão postos de trabalho e exigem mais contratações para dar conta da crescente demanda. Os bancos se recusam a discutir o emprego e aplicar a Convenção 158 da OIT, que inibe demissões imotivadas. - Mais saúde e melhores condições de trabalho. A enorme pressão por metas e o assédio moral são os piores problemas que a categoria enfrenta hoje, provocando sérios impactos na saúde física e psíquica. A Fenaban não fez proposta para combater essa situação e melhorar as condições de saúde e trabalho. - Auxílio-creche/babá. A categoria quer R$ 465 (um salário mínimo) para filhos até 83 meses (idade prevista no acordo em vigor). Os bancos oferecem R$ 205 e querem reduzir a idade para 71 meses. - Auxílio-refeição. Os bancários reivindicam R$ 19,25 ao dia e as empresas propõem R$ 16,63. - Cesta-alimentação. Os trabalhadores querem R$ 465, inclusive para a 13ª cesta-alimentação. Os bancos oferecem R$ 285,21 tanto para a cesta mensal quanto para a 13ª. - Segurança. Os bancários querem instalações seguras e medidas como a proibição ao transporte de numerário, malotes e guarda das chaves. Também reivindicam adicional de risco de vida de 40% do salário para quem trabalha em agências e postos. A categoria defende proteção da vida dos trabalhadores e clientes. - Previdência complementar para todos. Os bancários reivindicam planos de previdência complementar para todos os trabalhadores, com patrocínio dos bancos e participação na gestão dos fundos de pensão.

Fonte F
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