Não ao desmonte
Bancos públicos são fundamentais no combate à pobreza e a desigualdade
Para tentar sanar a crise econômica, o governo federal está deixando de lado áreas estratégicas na geração de emprego e renda, como os bancos públicos. Instituições como a Caixa, Banco do Brasil, BNDES, Banco Amazônia e Banco do Nordeste (BNB), além de uma dezena de bancos estaduais comerciais e de desenvolvimento representam quase metade do setor financeiro do país e são vitais para o enfrentamento das desigualdades sociais, regionais e na geração de emprego e renda.
O Brasil está mais desigual, segundo apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados divulgados nesta quarta-feira, 16, com base na Pesquisa Mensal por Amostra de Domicílios (Pnad), mostram que em 2018 o rendimento médio do grupo de 1% mais ricos do país cresceu 8,4%, enquanto o dos 5% mais pobres caiu 3,2%. Este é o maior índice da série histórica iniciada em 2012 e um dos responsáveis seria o crescimento do emprego informal. Além disso, houve uma queda nos ganhos das classes que formam os 30% mais pobres, enquanto que nas classes de cima houve alta.
São essas instituições pilares para o desenvolvimento do país que estão sendo atacadas e ameaçadas pela constante política liberal de privatização. Se os bancos públicos forem privatizados, quem perde é a população brasileira, porque os bancos têm sido os grandes financiadores do desenvolvimento nos últimos anos. O papel do Estado é ajudar no desenvolvimento econômico e social do país e permitir que os brasileiros, independentemente da região onde morem, possam ter acesso à riqueza do Brasil.
A atuação dessas instituições no país é intensa. São mais de 9 mil agências espalhadas por todo país. Cerca de 46% das operações de crédito, o que corresponde a cerca de R$ 1,4 trilhão são dos bancos públicos; na habitação essas instituições são responsáveis por 80% do crédito imobiliário, representando R$ 597 bilhões em financiamentos imobiliários. No crédito rural, os bancos públicos investiram R$ 180 bilhões.
A Caixa, por exemplo, é responsável pelo maior programa de habitação popular do país, o Minha Casa Minha Vida. Foram mais de 4 milhões de unidades entregues desde 2009. Muito mais que reduzir o déficit habitacional, o programa ainda contribui para a geração de empregos, foram 1,2 milhões ao longo dos anos.
Parte fundamental da renda de muitos brasileiros, o Bolsa Família também está na Caixa. Graças a capilaridade da Caixa – cerca de 55 mil postos de atendimento em todo país – famílias que vivem em munícipios mais afastado têm como fazer o saque do benefício. Foram 13,5 milhões de famílias atendidas em setembro de 2019, um valor total de R$ 2,5 bilhões pagos. Os dados do IBGE também detectaram a desaceleração no atendimento do Bolsa Família, coincidindo com o aumento da desigualdade. Em 2018, 13,7% dos domicílios do país recebiam o benefício. Em 2012, esse número era de 15,9%.
Indicador de desigualdade é o pior dos últimos anos
Os números divulgados pelo IBGE impactaram diretamente no índice Gini, que mede a concentração e desigualdade de renda, que estava em um ciclo de melhora desde 2016. Considerando o rendimento médio mensal real domiciliar per capita, o indicador subiu de 0,538 em 2017 para 0,545 no ano passado. Quanto mais próximo do 1, mais desigual é o país. Esse foi o terceiro ano de queda do indicador.
Uma das explicações para o aumento da desigualdade em 2018 estaria no aumento da precarização do mercado de trabalho, com o crescimento dos empregos informais e a crise no mercado de trabalho. "Se o mercado de trabalho está em recessão, as pessoas perdem o emprego, vão trabalhar em empregos com rendimentos menores, esse impacto fica no rendimento total. E as regiões que o rendimento de trabalho vem de um trabalho que é mais informalizado, esse impacto é maior ainda", avaliou a gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira.
Fonte Fenae
Postado por Comunicação SEEB Santos e Região em Notícias