Campanha 2018
Caixa: amanhã tem negociação para resolver impasses
Na quinta-feira, 2, será realizada a quarta mesa de negociação específica da Caixa, dentro da Campanha Nacional 2018. Nas primeiras três rodadas, a direção do banco apresentou poucos avanços e sinalizou muitos retrocessos. A rodadas anteriores ocorreram nos dias 13, 20 e 26 de julho.
Dentre os poucos progressos que a direção da Caixa sinalizou estão a manutenção da eleição de delegados sindicais nos moldes atuais; a disposição para acabar com abusos debatendo o fim do descomissionamento de gestantes; a interrupção do processo de fechamento de unidades; e a suspenção da verticalização.
É muito pouco diante de todos os retrocessos que o governo federal pretende impor aos empregados, por isso na próxima negociação o movimento sindical quer avançar em pontos cruciais que representam ataques muito graves aos direitos dos trabalhadores.
Dentre os principais impasses que os trabalhadores reivindicam para a manutenção dos direitos estão a ameaça de limitar a PLR e o fim da PLR Social; os ataques mortais ao Saúde Caixa representados pelas resoluções da CGPAR concebidas pelo governo Temer; e as novas regras nas relações de trabalho impostas pela nova lei trabalhista (Lei 13.467/2017) dos golpistas.
PLR e PLR social
Por meio de decisão do governo ilegítimo e seus apoiadores que dominam o Conselho de Administração (CA da Caixa), foi determinado que a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) será limitada a 25% do valor pago ao Tesouro na forma de dividendos, que por sua vez tem representado 25% do lucro líquido do banco. Assim, o valor distribuído aos empregados seria limitado ao teto de 6,25% do lucro líquido do banco, o que acarretaria em um corte de mais da metade da PLR creditada aos trabalhadores.
Para piorar, em mesa de negociação representantes do banco afirmaram que não está autorizado pelo governo o pagamento da PLR Social, que é 4% do lucro distribuído linearmente a todos empregados.
Essas duas medidas representam menor reconhecimento dos empregados, principalmente os que enfrentam todas as dificuldades para atender a população no dia a dia das agências, além da maior parte dos empregados das áreas meio do banco que trabalham sobrecarregados, em um ano no qual a Caixa cobra rentabilidade e promete premiar os trabalhadores com a falácia do Bônus Caixa.
O “Bônus Caixa” não passa de um novo PRX com o objetivo de impulsionar vendas ao invés de reconhecer os trabalhadores, como era feito nos anos FHC.
Saúde Caixa
Em relação ao Saúde Caixa, a direção do banco ameaça implantar as resoluções 22 e 23 da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União) que, dentre outros pontos prejudiciais, exclui os aposentados atuais e futuros do plano de saúde; elimina contribuição por grupo familiar; e "quebra a solidariedade", o princípio pelo qual os empregados contribuem da mesma forma, independentementemente do tempo de banco e a idade.
A resolução foi publicada no Diário Oficial da União em janeiro e em tese poderá ser implantada assim que o atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) perder a validade, o que ocorrerá em 31 de agosto. A CGPAR é um órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
O acordo de dois anos manteve os empregados seguros contra reajustes abusivos, mas com seu fim, a direção do banco e o governo, a serviço dos planos privados de saúde, ameaçam os trabalhadores com a imediata retirada do direito à saúde.
Reforma trabalhista
O fim das garantias que constavam na CLT a partir na dita reforma trabalhista criada pelos financiadores do golpe para otimizarem seus ganhos na exploração do trabalho tem efeitos nefastos nos bancários, categoria extremamente organizada que acumula conquistas desde o princípio do século passado. Nos empregados da Caixa não é diferente, e pretende-se que a ACT, além de permanecer como é, acrescente defesas contra as novas relações de trabalho, propostas pelo golpe, que são abusivas.
Uma dessas medidas prejudiciais aos empregados é justamente o fim da ultratividade, ou seja, o fim da validade de um acordo ou convenção coletiva até que um novo documento seja ratificado.
Outro ponto que os trabalhadores reivindicam avanço é que o acordo coletivo valha para todos os empregados, já que a nova lei exclui os empregados que ganham acima do equivalente a dois tetos do INSS (atualmente valor que corresponde a R$ 11.291,60).
Funcef
Com relação à Funcef, a CEE/Caixa cobra da direção do banco que aceite debater a revisão da metodologia de equacionamento do REG/Replan com os empregados a fim de encontrar solução para o equacionamento do plano.
Também cobra que a Caixa se responsabilize sobre o contencioso da Funcef, para que esse passivo não recaia sobre os trabalhadores.
Ficou fácil para Caixa! Ela cria o passivo trabalhista com seus movimentos atabalhoados e sem discussão com os empregados, e cobra no resultado das ações dos próprios empregados através da sua Fundação. O movimento sindical quer propor o fim do contencioso com a responsabilização do banco.
Fonte Seeb SP
Postado por Fernando Diegues em Notícias