A presidente da Caixa, Miriam Belchior, anunciou unilateralmente e sem muitos detalhes nova reestruturação do banco, com medidas que representam um desmonte da instituição financeira. Isto se traduz em retirar o banco do seu papel social, com o fortalecimento das áreas de negócios para adequação à lógica de mercado.

Não por acaso, no Congresso Nacional acaba de ser aprovado Projeto de Lei do Senado (PLS) 555, que prevê a abertura de capital de no mínimo 25% das empresas públicas e altera diversos outros pontos do estatuto das estatais, favorecendo uma gestão mercadológica das empresas públicas e beneficiando os investidores privados. Portanto, está claro que o processo de reestruturação contribui com o projeto de privatização do banco.   

A previsão é de que a reestruturação, cujo prazo de conclusão está marcado para 15 de abril, atinja todas as áreas-meio da Caixa.  Algumas terão os processos centralizados, automatizados, e vários cargos serão migrados, realocando parte significativa do funcionalismo. Estima-se a realocação de 570 pessoas só em Brasília, e a extinção de 437 gratificações e 32 unidades de estrutura da matriz. No Espírito Santo, já foram anunciadas a extinção da GIREC E GIPES, atingindo um total de 49 empregados e 37 funções. Também será reestruturada a GIRET, que abrange as RERET’s.

O desmonte foi anunciado pouco tempo depois que a instituição financeira divulgou o lucro líquido de 2015, de R$ 7,2 bilhões, o que representa um aumento de 0,9% em relação a 2014. A lucratividade demonstra que a justificativa econômica não é razão para as medidas propostas. Ao contrário, deveria ser condição para ampliação de investimentos no banco e valorização do corpo funcional, especialmente com a contratação de mais empregados – hoje principal demanda para redução dos problemas de condições de trabalho nas unidades.

O Sindicato dos Bancários de Santos e Região sempre lutou na defesa da Caixa e do patrimônio público brasileiro. Diante de mais esse ataque todos os empregados da Caixa devem organizar a mobilização juntamente com o Sindicato na luta contra a reestruturação!