Atendimento precarizado
Caixa: MPF cobra melhor atendimento à população e sindicatos contratações
Os empregados do banco estão trabalhando sobrecarregados e com a pressão para atingir metas desumanas
As denúncias dos sindicatos sobre a precariedade das condições de trabalho e a falta de pessoal no banco público, que causam sobrecarga dos trabalhadores e comprometem o atendimento à população, chamou atenção do Ministério Público Federal (MPF) que no dia 5 de julho ajuizou a Ação Civil Pública (ACP).
O objetivo é obter decisão judicial que obrigue a Caixa a realizar melhorias no seu Sistema de Atendimento ao Consumidor (SAC) em todo o país.
O déficit é de quase 20 mil postos de trabalho. Além das condições precárias de trabalho e às metas desumanas, que vêm esgotando e adoecendo os empregados. A contratação de mais empregados sempre foi meta do movimento sindical.
Apesar do esforço dos trabalhadores para fazer o seu melhor, às péssimas condições de trabalho e sobrecarga de atividades, sabotam o atendimento à população e clientes do banco. Cada vez mais a direção da Caixa deixa de priorizar o bom atendimento para focar na questão da cobrança de metas absurdas.
Menos empregados e sobrecarga de trabalho
A Caixa encerrou o 1º trimestre de 2021 com 81.876 empregados, com fechamento de 2.943 postos de trabalho em doze meses, influenciado pelo Programa de Desligamento Voluntário (PDV).
Por outro lado, o banco registrou incremento de aproximadamente 42,4 milhões de novos clientes. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de clientes por empregado, em 2007, tinha a média de 575,7 correntistas por empregado. Já no primeiro trimestre deste ano, a média subiu assustadoramente para 1.780 clientes por empregado, um aumento de mais de 209%.
Caixa lidera reclamações
Segundo o MPF, a Ação Civil Pública tem por base informações da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que apontam a Caixa como a instituição financeira que mais recebeu reclamações relacionadas ao SAC na plataforma “consumidor.gov.br” de 2016 a 2018. Ainda, segundo o Ministério Público Federal, foram registradas 13.413 reclamações contra o seu SAC no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) em 2019 e 2020.
O MPF concluiu que o serviço, que já era prestado com deficiência, piorou em 2019 e 2020. A conclusão do órgão é de que a Caixa vem prestando um péssimo serviço de atendimento ao consumidor desde 2016. Na ação, o MPF pede a condenação do banco para cumprir os termos do Código de Defesa do Consumidor e do Decreto nº 6.523/2008, sob pena de pagamento de multa no valor mínimo de R$ 1 milhão por ano de descumprimento.
Do total das 21.694 reclamações de consumidores nos sistemas da Senacon e do Sindec nos anos de 2019 e 2020, os problemas mais recorrentes foram a ausência de resolução de demandas, com 11.796 reclamações, o que representa 54,37% do total; a dificuldade de acesso ao serviço, que possui 5.639 queixas, o que representa 25,99% do total; e a dificuldade para cancelar serviços, que soma 2.290 reclamações, o que corresponde a 10,55% do total.
Fonte Fenae com edição da comunicação do SEEB de Santos e Região
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias