Sem segurança
Campanha: Negociações sobre segurança bancária não avançam
Bancos queriam que bancários apoiassem a retirada de sistemas de segurança e vigilantes, bancários se recusaram e propuseram a criação de um GT para debater o tema; bancos se negaram a continuar o debate
O Comando Nacional dos Bancários se reuniu, nesta quinta-feira (28), com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para dar continuidade às negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2022. Em pauta a segurança nos bancos.
Os sindicalistas alertam que os bancos estão retirando portas de segurança e vigilantes de agências deixando a categoria exposta a assaltos, agressões físicas e morais.
A Fenaban, irresponsalvelmente, alega que houve redução de 98,5% no número de assaltos a agências e postos bancários de 2000 a 2021 e propõe, ainda, que a representação dos trabalhadores se juntem aos bancos e atuem contra as normas estaduais e municipais de segurança, que exijam aparatos de segurança além dos previstos na Lei 7.102/1983, que regulamenta a segurança bancária.
O movimento sindical deixou claro que os casos reduziram justamente por causa dos sistemas de segurança. Lembraram também que a retirada de portas de segurança e de vigilantes das agências bancárias desrespeita legislações específicas de estados e municípios e que existem várias decisões judiciais que condenam os bancos a pagarem multas pelo descumprimento das leis.
Vida X Patrimônio
Segundo dados dos bancos, em 2021, apenas 3% das transações bancárias foram realizadas em agências bancárias e, por isso, não há porque fazer tanto alarde na retirada de portas de seguranças e vigilantes das agências. Mas, um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que, ainda que em números relativos as transações via agências tenham perdido espaço, 48% delas são com movimentação financeira e que isso demonstra a importância de haver sistemas de segurança e vigilantes em qualquer tipo de agência bancária.
Muitos clientes não vão às agências porque não existem funcionários suficientes para atendê-los e são empurrados para o autoatendimento e para o internet banking, pois sequer consegue pagar todas as contas nas agências, não conseguem nem entrar.
Os bancárias e bancários vêm sofrendo violências devido ao tempo de espera nas filas, gerados pela falta de funcionários. Os sindicalistas disseram que a vida vale muito mais que o valor patrimonial ou lucro obtido com a diminuição da segurança.
Próxima negociação
A próxima reunião de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban está marcada para segunda-feira (1º de agosto) para debater sobre saúde e condições de trabalho.
Fonte Contraf com edição da Comunicação SEEB de Santos e Região
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias