Os 629 delegados de todo o país que participaram da 14ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em Curitiba, em sua maioria aprovaram a pauta de reivindicações da Campanha 2012, que inclui reajuste de 10,25% (inflação mais 5% de aumento real), piso igual ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416), PLR equivalente a três salários mais R$ 4.961,25 fixos, além de mais contratações e fim da rotatividade, fim das metas abusivas e combate ao assédio moral. A pauta de reivindicações será entregue à Fenaban no dia 1º de agosto. E já estão marcadas as duas primeiras rodadas de negociação, nos dias 7 e 8 e 15 e 16/08.
É bom salientar que: os bancários da Intersindical, da qual o Sindicato dos Bancários de Santos e Região faz parte, defendeu (em conjunto com bancários de Santa Catarina, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e com o Coletivo Bancários na Luta de São Paulo) o índice de 22%, equivalente à inflação do último ano, perdas acumuladas nas negociações anteriores com a Fenaban e 10% por conta da rentabilidade dos bancos, mas a maioria optou pelo índice acima de 10,25%.
Perdas Salariais
Desde setembro de 1994, início do Plano Real, até setembro do ano passado, as perdas salariais Caixa Econômica chegam a 61,42%. No Banco do Brasil, as perdas são de 52,06% e nos bancos privados de 5,95%. “Essas perdas não podem sumir por mágica, por isso defendemos a reivindicação histórica de reposição”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva Big.
As principais reivindicações:
>> Reajuste salarial de 10,25%
>> PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos
>> Piso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38)
>> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários
>> Auxílio-educação para graduação e pós-graduação
>> Auxílio-refeição e vale-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00)
>> Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e ampliação da inclusão bancária
>> Cumprimento da jornada de 6 horas para todos
>> Fim das metas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários
>> Mais segurança nas agências e postos bancários
>> Previdência complementar para todos os trabalhadores
TERCEIRIZAÇÃO
Os bancários da Intersindical e a diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, diferente de muitos outros, repudiaram os serviços terceirizados como os correspondentes bancários. Por entender que estes serviços precarizam o trabalho, com arrocho salarial, perdas de direitos e benefícios, além de serem responsáveis pela demissão em massa da categoria.
Na década de 70, eram 850 mil bancários, apesar de hoje o sistema financeiro abrigar cerca de 1.000.000 de trabalhadores apenas 400 mil continuam como bancários. O restante foi demitido dos bancos, perdeu os direitos e teve o salário arrochado ao serem reutilizados como terceirizados para fazer o mesmo serviço.