Surto na China

Deltacron é a nova variante e Queiroga quer rebaixar pandemia para endemia

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Deltacron é a nova variante e Queiroga quer rebaixar pandemia para endemiaAltemar Alcântara/Secom Manaus

Epidemiologista da Fiocruz destaca que a pandemia não acabou, e mudar o status da covid-19 reduziria a capacidade de enfrentamento à doença. Deltacron é a nova variante que assusta a China e chegou ao Brasil



 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem se encontrado com autoridades da República com o objetivo de flexibilizar o estado de emergência sanitária. Ele pretende mudar a classificação de pandemia da covid-19 para de endemia. Ao mesmo tempo que tenta flexibilizar a pandemia, Queiroga também confirmou hoje a existência de dois casos da nova variante deltacron no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que monitora “com atenção” os casos da mutação, já detectada na França, Holanda e Dinamarca, por exemplo.

Na semana passada, o ministro tratou do assunto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ontem terça (15), com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Diante da sinalização, manifestei ao ministro preocupação com a nova onda do vírus, vista nos últimos dias na China”, reagiu Pacheco. Ainda assim, ele se comprometeu a levar a discussão para os líderes.

Enquanto isso, a China registrou segunda-feira (14) o maior surto de covid-19 em dois anos. De acordo com a Comissão Nacional de Saúde (CNS), foram 5.280 novos casos em 24 horas. Com a finalidade de conter o avanço da doença, 13 cidades chinesas estão em confinamentos total e várias adotaram fechamento parcial. Assim, são cerca de 30 milhões de chineses submetidos a essas restrições. Além disso, medidas restritivas provocaram fechamento de inúmeras fábricas, entre elas a gigante Foxconn, principal fornecedora da Apple. Dezenas de voos foram cancelados nos aeroportos de Pequim e Xangai. As autoridades de saúde disseram que 19 províncias enfrentam surtos das variantes ômicron e delta.

Até o momento, a China registrou 120 mil casos de covid-19 e 4.636 mortes. O último óbito registrado oficialmente ocorreu ainda no início de 2021. O país vem aplicando a estratégia de “covid zero”, fazendo a busca ativa dos contaminados, na tentativa de conter cadeia de transmissão.

Deltracron

De acordo com o epidemiologista da Fiocruz-Amazônia Jesem Orellana, pouco se sabe sobre a letalidade ou transmissibilidade dessa nova variante. Menos ainda se ela poderia escapar da proteção conferida pelas vacinas.

“O que sabemos é que a deltacron já circula há semanas em diferentes países. Portanto, estamos falando de um fato indiscutível: a grande capacidade de surpreender do novo coronavírus. Especialmente quando a maioria quer acreditar que a pandemia acabou”, afirmou o especialista.

Para ele, acreditar que o Brasil vive o fim da pandemia configura uma espécie de “fuga da realidade”. Nesse sentido, ele criticou a investida de Queiroga para tentar mudar o status da covid-19 para “endemia”. Ele explicou, com a flexibilização do estado de emergência sanitária, seriam cortados os repasses do governo federal para o combate à doença.

“Seria como eliminar uma das principais ferramentas de combate à covid-19”, disse Jesem. Isso porque, desde o início da pandemia, Bolsonaro boicotou as demais medidas de enfrentamento, como a testagem em massa, o distanciamento social e o uso de máscaras. “Nega-se a realidade de respostas rápidas e específicas, deixando o vírus circular livremente, tal como o Bolsonaro sempre defendeu”, acrescentou.

No total, já são mais de 655.000 mortes pela covid-19 registradas e mais de 29,4 milhões de casos da doença no Brasil.

Escrito por: Tiago Pereira com edição da Comunicação do SEEB de Santos e Região
Fonte Rede Brasil Atual
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias

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