Direitos e carteira assinada
Conclat elabora pauta dos trabalhadores aos candidatos à eleição
O que se está criando no Brasil é uma classe de trabalhadores que não conhecem direitos trabalhistas. São os autônomos, de aplicativos, PJs (pessoa jurídica), MEIs e uma juventude que não conhece direitos, disse Nilza Pereira da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
A Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) foi realizada nesta quinta, 07 de abril, das 10h às 12h, no formato híbrido (presencial e virtual), sob todos os protocolos sanitários, em São Paulo. Na conferência, foi lançada a Pauta da Classe Trabalhadora 2022.
Entre as 10 centrais sindicais, esteve a Intersindical Central da Classe Trabalhadora, representada pelos dirigentes da Central, Índio (atual secretário geral) e Mané Gabeira, e na fala de Nilza Pereira de Almeida, futura Secretária Geral. Representando o Sindicato dos Bancários de Santos e Região, filiado à Intersindical, participaram Élcio Quinta (presidente), Guto Filho e André Elias (dirigentes).
Em sua fala Nilza enfatizou a proteção do emprego e a defesa de todos os direitos dos trabalhadores como a razão da Intersindical e os sindicatos existirem. “O que se está criando no Brasil é uma classe de trabalhadores que não conhecem direitos trabalhistas. São os autônomos, de aplicativos, PJs (pessoa jurídica), MEIs (Micro Empreendedor Individual) e principalmente a juventude”, explica a futura Secretária Geral da Intersindical.
E continuou dizendo que estamos diante de uma juventude que entrou no mercado de trabalho sem direitos. Portanto, o trabalho das centrais e sindicatos é conscientizar os jovens que viver com direito é muito melhor, além de lutar por isso. Que o Estado tem responsabilidade sobre os direitos dos trabalhadores. “O estado não pode deixar a regularização dos direitos na mão do Capital, isso é a morte”, analisou Nilza.
Pauta dos Trabalhadores para candidatos
O evento teve o objetivo de apresentar e aprovar a pauta dos trabalhadores a ser levada aos candidatos às eleições deste ano. Segundo as entidades, o documento tem “um conjunto de propostas que espelham o modelo de desenvolvimento necessário para o Brasil gerar empregos de qualidade, crescimento dos salários, proteção dos direitos trabalhistas, combate às desigualdades, proteções sociais e previdenciárias, a defesa da democracia, da soberania e da vida“.
Os dirigentes afirmam que o objetivo é assegurar “protagonismo” dos trabalhadores durante e depois do debate eleitoral. Além dos candidatos à Presidência da República, a pauta será entregue aos que vão disputar vagas na Câmara e no Senado. As centrais querem também aumentar a representação de parlamentares ligados a trabalhadores e sindicatos no Congresso Nacional, que tem ampla maioria empresarial.
As entidades apontam um cenário de destruição que será deixado pelo atual governo federal. Assim, as centrais querem, com a Conclat, “contribuir para superar o caos instalado no país por um governo que aprofundou o desemprego e a pobreza, aumentou a carestia e a fome, deixando milhões no desalento e abandono, confrontou a ciência e a saúde na pandemia, sabotou vacinas e o SUS. Mais do que nunca, o Brasil precisa de uma Pauta da Classe Trabalhadora. Que exija o compromisso de mudanças no rumo do desenvolvimento brasileiro, com ênfase nas questões do trabalho, na proteção da vida e no fortalecimento da democracia”.
A primeira edição da Conclat foi em 1981, em Praia Grande (SP), ainda durante a ditadura. Em 2010, parte das centrais organizou uma reedição no estádio do Pacaembu, em São Paulo. A Intersindical e outras organizações também fizeram um Conclat em 2010, em Santos/SP.
Fonte Comunicação do SEEB de Santos e Região e RBA
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias