Contra a Reforma
Crise não atinge bancos, pelo contrário
No primeiro trimestre deste ano, a soma dos lucros de Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil, quatro dos cinco maiores bancos do país, alcançou R$ 20,85 bilhões, crescimento de 19,8% em relação ao mesmo período de 2018. Uma das maiores receitas destas instituições é a combinação entre prestação de serviços e tarifas bancárias, que teve arrecadação de R$ 27,2 bilhões. Somente com essa receita, esses bancos cobrem mais que o total das despesas com pessoal, variando entre 118% no BB e 195% no Santander.
Das quatro instituições, apenas o Santander aumentou o número de agências: 28. O Itaú fechou 60 agências físicas e abriu 35 digitais, que agora somam 195. O Bradesco fechou 114 unidades e o BB, 31.
Os lucros dos maiores bancos do Brasil seguem em crescimento e batem recordes bilionários. O lucro líquido das cinco maiores instituições financeiras do país chegou a R$ 85,9 bilhões em 2018, com crescimento de mais de 16%. A rentabilidade destes bancos gira na casa dos 20%, isso significa que a cada cinco anos o lucro dos bancos é capaz de dobrar o patrimônio destas instituições.
O sistema financeiro deveria promover crédito sustentável e barato, desenvolver áreas prioritárias como habitação, agricultura e educação, e auxiliar no crescimento da Nação com geração empregos. Ao invés disso, os bancos cada vez excluem, concentram renda e detonam o crescimento econômico e social do Brasil.
Desemprego
Quanto ao emprego, o comportamento não foi uniforme: o Itaú, por exemplo, tem saldo de 361 vagas em 12 meses, mas fechou 597 postos de trabalho no trimestre. O Santander perdeu 623 vagas. O Bradesco abriu 1.563 – segundo a subseção, devido a contratações na área de negócios – e o BB cortou 1.414.
No setor público, o cenário é ainda mais preocupante. O governo quer privatizar o que for possível. Não tem compromisso de manter uma instituição pública forte. Tudo para favorecer o setor privado. Paulo Guedes quer fundir BB ao Bank of America. Como na Caixa, a previsão no BB é de abertura de programas de demissões voluntárias (PDVs).
A carteira de crédito dos quatro bancos somou R$ 2,3 trilhões, alta de 6,9%. Na área de pessoas físicas, os destaques foram empréstimo consignado/crédito pessoal, financiamento imobiliário e cartão de crédito.
Apesar do lucro, governo trabalha no desvio de recursos para bancos
Segundo Onofre Portella, economista, mestre em História Econômica, doutorando em Economia e professor de Economia Internacional e Macroeconomia na Faculdade Rio Branco, o discurso de Paulo Guedes de que o País quebra sem a Reforma é uma balela e já foi usado na reforma Trabalhista, disseram que ela criaria 6 milhões de empregos imediatamente. Não aconteceu.
Era um discurso para obter a aprovação e baratear nossa força de trabalho. Como está desenhada, a reforma da Previdência transfere um dinheiro que hoje está no orçamento da União, que é do brasileiro e retorna para o brasileiro, para o capital financeiro. É uma ampliação da apropriação do esforço de trabalho da população pelo capital financeiro.
Movimento sindical
O movimento sindical vem combatendo as tentativas de privatização dos bancos públicos, as demissões em massa liberadas pela reforma trabalhista, o assédio moral e outras manobras dos banqueiros para destruir a regulamentação da categoria bancária. Porém, a conscientização de todos os trabalhadores é fundamental neste momento crítico!
Fonte Comunicação do SEEB de Santos e Região com SEEB de São Paulo
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias
Atualizado em: 27 de maio de 2019