Fake news
Cronograma falso de vacinação circula pelas redes sociais
Boatos incluem até mesmo crianças no calendário, mas vacinas ainda não têm autorização para aplicação em menores
A aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial das vacinas da Fiocruz e do Butantan, domingo (17), fez aumentar o volume de notícias falsas sobre o imunizante nas redes sociais e aplicativos de mensagem. Segunda-feira (18), um boato com cronograma falso de vacinação circulou em perfis no Twitter, Facebook e aplicativos como o Whatsapp.
Recheada de informações inconsistentes, a mensagem mistura o cronograma inicial, apresentado pelo governo de São Paulo no ano passado e que já mudou, com datas irreais de imunização para as faixas etárias de 0 a 28 anos e 29 a 59 anos no estado.
No caso dos menores de idade, ainda não há nem mesmo autorização de aplicação do imunizante. Além disso, as datas falsas que aparecem no texto sugerem imunização em tempo recorde de mais da metade da população do estado.
Segundo a mensagem, em trinta dias todos os cidadãos e cidadãs com idades entre 29 e 59 anos receberiam doses da vacina. Crianças, adolescentes e jovens adultos de até 28 anos também seriam vacinados em um mês.
Vale ressaltar que somente para vacinar toda a população que tem mais de 60 anos, o governo do estado previa no plano inicial cerca de quatro meses.
A estimativa era aplicar as duas doses de imunização em profissionais da saúde, indígenas e quilombolas até 15 de fevereiro. Na sequência, em um calendário de quatro etapas que se encerraria em 28 de março, seria vacinada toda a população com idades a partir de 60 anos.
Essas datas foram divulgadas antes da inclusão da vacina no Plano Nacional de Imunização. Com a demanda do Ministério da Saúde para distribuição nacional, a Secretária de Saúde do estado informou que o prazo para vacinação e os próximos grupos prioritários ainda serão divulgado. O calendário vai seguir o cronograma nacional.
A expectativa inicial da gestão estadual era chegar a 9 milhões de pessoas vacinadas na primeira fase da campanha. O governo federal ainda não divulgou datas do processo para todo o Brasil, que vão depender também da disponibilização de doses.
Segunda-feira (18), o Ministério da Saúde informou apenas que, “neste primeiro momento, profissionais de saúde, idosos com mais de 60 anos, pessoas com deficiência vivendo em instituições e indígenas aldeados receberão as doses.”
Em nota a pasta informou que “a população geral não deve procurar os postos de saúde”. Não foram divulgados data de término dessa fase e detalhes sobre outros grupos e idades.
Ainda de acordo com o texto, “conforme os laboratórios disponibilizem mais doses das vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde, outras populações que integram os grupos prioritários serão chamadas, por campanha publicitária, a comparecerem às salas de vacinação”.
Escrito por: Nara Lacerda . Edição: Leandro Melito
Fonte Brasil de Fato | São Paulo
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias