Em todo o mundo, a participação das mulheres no mercado de trabalho é crescente. Levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que mais de 1,2 bilhão de mulheres estavam empregadas em todos os continentes. Além de emprego e salário, ao longo dos tempos, as trabalhadoras têm conquistado direitos e ocupado espaços não apenas no mercado de trabalho, mas também em instâncias de poder.
Para se chegar até aqui, foram muitas batalhas, que são reafirmadas anualmente no Dia Internacional da Mulher, comemorado mundialmente em 8 de março. O marco para a instituição desta data foi a Conferência Internacional das Mulheres, realizada na Dinamarca há 106 anos.
Naquele encontro, além de traçarem objetivos para as lutas internacionais das trabalhadoras, as participantes aprovaram o dia 8 de março como a data em que, em todo o mundo, as mulheres pudessem se manifestar, criando um movimento internacional em defesa de seus direitos. Assim, a partir de 1911 começaram a ser feitas manifestações nos quatro cantos do mundo. Só na Europa, mais de um milhão de mulheres foram às ruas naquele ano.
O dia foi escolhido porque foi em 8 de março de 1857 que 129 operárias têxteis de Nova York, em greve por melhores condições de trabalho, foram trancadas na fábrica, que foi incendiada pelos proprietários. Todas morreram. As operárias reivindicavam redução na jornada de trabalho, que era de 16 horas diárias, e salários melhores (elas ganhavam um terço do que era pago aos homens).
Reconhecimento
Por isso, a luta das operárias de Nova York se tornou um marco para as mulheres em todo o mundo. Ao longo do século XX, as manifestações em 8 de março se multiplicaram e ganharam cada vez mais adesão. No entanto, o Dia Internacional da Mulher só foi reconhecido oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975.
No Brasil, a data tem servido de marco para reafirmar as reivindicações das trabalhadoras. Também é símbolo de muitas conquistas, desde o direito ao voto, em 1932, a garantias legais, como estabilidade à trabalhadora gestante, licença-maternidade, auxílio-creche, entre outras referentes ao mundo do trabalho.
E, no âmbito social, uma das principais conquistas recentes foi a instituição da Lei Maria da Penha, que prevê punição aos homens que praticam violência contra a mulher.
É certo que todas essas conquistas foram fruto das mobilizações das mulheres. É certo também que ainda há muito a se batalhar para que a igualdade de direitos seja de fato alcançada. Mas o caminho aberto na centenária Conferência da Dinamarca permitiu que as mulheres chegassem à primeira década do século XXI com determinação e dispostas a continuar abrindo cada vez mais espaços.
A Mulher Bancária
A categoria bancária é uma em que a presença feminina é maior. Portanto, sua importância é impar e seu envolvimento nas lutas sindicais por melhores salários e condições de trabalho é muito importante. As bancárias devem ter consciência de que são um dos maiores pilares de toda a luta da categoria, como já foi demonstrado em várias mobilizações e greves. Vamos todas lutar juntas por melhores condições devida, mais benefícios e direitos!!!
“O Dia Internacional de Luta da Mulher é um dos momentos de repensarmos com mais ênfase a importância da luta feminista e a organização das mulheres trabalhadoras. Isto porque a história mostra que o sistema capitalista inferioriza a mulher e joga uma carga de trabalho desproporcional sobre as mulheres, que sofrem com a dupla jornada de trabalho, são as primeiras a serem demitidas e, portanto, estão mais vulneráveis ao subemprego, à exploração, ao assédio e sem proteção social”, afirma Eneida Koury, Secretária Geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Não é à toa que são justamente as mulheres que compõem uma das mãos-de-obra mais precarizadas e superexploradas da base da cadeia produtiva.
Apesar de muitas conquistas das mulheres nestes anos de luta, elas ainda são insuficientes. Por causa da crise capitalista, os direitos trabalhistas adquiridos por lutadoras e lutadores correm o risco de serem retirados, em nome do lucro dos grandes empresários.
Em tempos de crise, é exigido das mulheres, mais do que nunca, protagonismo histórico para enfrentar com coragem as dificuldades por vir. É hora de afirmar mais uma vez a importância das pautas específicas da mulher. Isso, sem esquecer que a emancipação do sexo feminino está intrinsecamente ligada ao fim da exploração do humano pelo humano.