O diretor-geral do Santander para a América Latina e integrante do conselho executivo do banco espanhol, Francisco Luzón, deixará o cargo nos próximos dias. Luzón está no Santander desde 1997, liderando os negócios na região, que cresceram e se tornaram a principal fonte de renda da empresa por meio de uma série de aquisições.
A América Latina contribuiu com 45% do lucro mundial do Santander nos primeiros nove meses de 2011, sendo que o Brasil participou com 25. O balanço anual do banco será divulgado no próximo dia 31.
A saída do executivo foi anunciada na quinta-feira (19) por vários sites de jornais espanhóis. O El País afirmou que a renúncia será aprovada em uma reunião do conselho do banco na próxima semana. O atual número dois do Santander na América Latina, Jesús Zabalza, assumirá o posto, segundo informações da Dow Jones.
Segundo informações da Europa Press, o executivo deve receber uma pensão acumulada de 55,9 milhões de euros. A esse montante devem ser acrescentados mais 10 milhões de euros a título de "outros seguros". Luzón era o segundo executivo melhor pago do banco, atrás de Alfredo Sáenz.
O anúncio do afastamento de Luzón ocorreu no dia em que a Asociación de la Banca Española (AEB) rompeu negociações com os sindicatos para a renovação do convênio (convenção coletiva) dos bancários.
O secretário-geral da Federação Bancária da CC.OO (Comfia), José María Martínez, reprovou a postura dos bancos espanhóis porque, enquanto "maltratam" a folha de pagamento dos funcionários, tentando impor um "congelamento total" dos salários, pagam indenizações "repugnantes" a seus altos dirigentes.
Para o novo convênio, a proposta patronal prevê dois anos de congelamento e um reajuste de não mais de 1% para os anos de 2013 e 2014.
Os sindicatos espanhóis somente aceitam discutir congelamento do salário que contemple cláusulas de emprego diante das perspectivas de novas fusões no sistema financeiro.
"Não parece coerente a pensão de Luzón", criticou Martinez.
A política dos banqueiros para os altos escalões é a mesma em todo mundo. Cortam empregos e atacam salários dos trabalhadores, mas preservam os bônus e as pensões milionárias dos altos executivos. Está na hora de regular o sistema financeiro internacional