Ditadura Nunca Mais
Diretoria do Sindicato participa de homenagem a Rubens Paiva na Câmara
Hoje, sexta-feira (7/6), a partir das 19h, na Câmara Municipal de Vereadores de Santos, a diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região participa de audiência pública em homenagem ao deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar, em 1971, após retornar ao Brasil depois do golpe de 1964. A audiência é organizada pelo Comitê Popular de Santos por Memória, Verdade e Justiça.
A farsa de sua morte só foi desmascarada em 2014. Paiva foi morto por tortura e seu corpo nunca foi entregue à família. Estarão presentes Vera Paiva (filha), José Luiz del Roio e Sérgio Sérvulo da Cunha.
O Comitê é uma organização de preservação da Memória Política. Trata-se de uma iniciativa da sociedade civil para aprofundamento da pesquisa e investigação nas Comissões da Verdade que surgiram no período de 2012 a 2014 no âmbito nacional, estadual e municipal.
Rubens Paiva
Rubens Paiva iniciou sua vida política com a participação ativa na Campanha “O Petróleo é Nosso”. Na década de 50 cursou engenharia na Universidade Mackenzie, em São Paulo, e foi líder estudantil, eleito presidente do Centro Acadêmico da União Estadual dos Estudantes de São Paulo. Em 1962 foi eleito deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Nacionalista, participou ativamente da CPI do IPES (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais) e do IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), que investigou a participação norte americana nas eleições de 1962.
Na madrugada do dia 1º de abril de 1964, fez um discurso convocando os estudantes e sindicalistas a resistirem ao golpe militar, em favor do presidente João Goulart. Imediatamente teve seu mandato cassado. Foi para o exílio, mas voltou ao Brasil e à solidariedade aos que lutavam pela democracia.
No dia 20 de janeiro de 1971 Rubens Paiva foi sequestrado pela repressão da ditadura e seu corpo até hoje não foi entregue à família. Eunice, sua companheira, e seus filhos Vera, Maria Eliana, Ana Lucia, Maria Beatriz e Marcelo resistiram a todo o arbítrio.
A Memória de Rubens Paiva continua presente. Nesta Audiência queremos saber a Verdade sobre o paradeiro do corpo e a Justiça para o crime de desaparecimento forçado.
A Audiência Pública é uma contribuição do Comitê Popular de Santos por Memória, Verdade e Justiça à construção dos valores da Justiça de Transição no Brasil, para o fortalecimento dos Direitos Humanos e para a própria democracia brasileira.
Para que não se esqueça.
Para que nunca mais aconteça.
Ditadura Nunca Mais.
Fonte Comunicação do SEEB de Santos e Região com Comitê Popular de Santos por Memória, verdade e Justiça
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias