Mais de 500 militantes de movimentos sindicais, sociais e políticos participaram, nos dias 20, 21 e 22 de Abril, do Encontro de Lutadores contra as repressões do Estado - Lutar é um Direito, no Rio de Janeiro, organizado pela INTERSINDICAL. A diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região participou ativamente das discussões todos os dias.
Foram três dias com palestras e debates que tiveram início com o deputado estadual do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL) no tema “Grandes obras e criminalização da pobreza” e continuaram com “Não à criminalização. Pelo direito de organização dos trabalhadores da Segurança pública”, que foram debatidos com policiais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e com o cabo dos bombeiros do RJ, Benevenuto Daciolo, que liderou a greve em fevereiro deste ano, onde o governador Sérgio Cabral mandou prender e expulsou alguns dos bombeiros em greve por melhores salários e condições de trabalho.
Os policiais também ressaltaram que falta humanização no sistema de segurança pública aplicado no Brasil. Para completar foram debatidos a “Criminalização das lutas, resistência social e a estrutura sindical brasileira” e no último dia (22) “A Cúpula dos Povos e a destruição ambiental”.
Lutar é um direito!
Estão em curso inúmeros processos para impedir os trabalhadores, a juventude e os povos de lutarem por seus direitos. Na Europa, África, Estados Unidos ou Oriente Médio, o capital e seus governos intensificam a repressão aos que lutam por direitos sociais, emprego, educação, igualdade e liberdade.
No Brasil, a população que vive nas periferias e favelas sofre a repressão violenta e cotidiana de um Estado que criminaliza e assassina principalmente a juventude negra e pobre. Com as grandes obras do PAC e da copa do mundo, a remoção de populações em diversas cidades já tem se dado com brutal repressão.
Assassinatos de trabalhadores sem terra, extermínio de lideranças ambientalistas, repressão aos que lutam por moradia, como aconteceu no Pinheirinho e outras ocupações, buscam impedir a luta pela garantia dos direitos sociais básicos já conquistados.
Demissão de trabalhadores durante a greve na prefeitura de Fortaleza: demissão de dirigentes sindicais do Químicos de SJC, como perseguição aos metroviários do Distrito Federal; demissão de Joaquim da AmBev; julgamentos de ilegalidade de greves; processo contra Aldo Santos de São Bernardo; expulsão dos bombeiros e PMs do Rio de Janeiro e de outras cidades; tentativa de intimidação ao mandato da deputada estadual do RJ, Janira Rocha (PSOL).
O direito de greve é atacado nas diversas categorias, do setor público e privado. E se dá de várias formas.
Seja no congresso nacional ou com demissões, interditos proibitórios e imposição de pesadas multas aos sindicatos, demonstrando uma escalada da criminalização neste período, mas sabemos que ela é parte da formação social brasileira.
Desde janeiro de 2012, por qualquer manifestação frente às agências do banco Itaú na Baixada Santista, o sindicato dos Bancários tem de pagar R$ 100 mil por dia e por agência.
Enquanto isso, o governo usa o dinheiro público para pagar bilhões aos bancos, grandes beneficiados pela política econômica.
Apesar da criminalização, os trabalhadores estão lutando. Diversas categorias foram à greve por suas reivindicações, indicando que não aceitam pagar a conta da crise.