Emprego, saúde e condições de trabalho e remuneração. Essas foram as três grandes prioridades apontadas pelos mais de 130 participantes do Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander encerrado no final da tarde desta quarta-feira (5), no San Raphael Hotel, em São Paulo. Os bancários aprovaram uma pauta específica de reivindicações, que também inclui demandas de previdência complementar e saúde suplementar, a ser entregue para a direção do banco espanhol.
O Encontro Nacional reforçou a importância da unidade e da mobilização para ampliar as conquistas dos trabalhadores do banco.
Emprego
Os funcionários se manifestaram contra as demissões, a política de rotatividade, a terceirização, os correspondentes bancários e a discriminação nas contratações. A principal reivindicação é a contratação de funcionários para melhorar as condições de trabalho e garantir qualidade de atendimento aos clientes.
Saúde e condições de trabalho
Os trabalhadores apontaram a pressão das metas, o assédio moral e o adoecimento como graves problemas, agravados pela carência de pessoal e sobrecarga de trabalho na rede de agências do banco. Queremos mudança na gestão do banco, a fim de eliminar essa forma de organização do trabalho que adoece, bem como o cumprimento da jornada de seis horas para todos.
Remuneração
Os dirigentes sindicais chamaram a atenção para as diferenças salariais na mesma função, a ausência de um plano de cargos e salários (PCS) e a falta de transparência nos programas próprios de remuneração variável. Enquanto os funcionários são desvalorizados, os 46 diretores do Santander recebem salários e bônus milionários, mostrando que há concentração e não distribuição de renda no banco, o que é inaceitável.
Previdência complementar
Os bancários enfatizaram a falta democracia e transparência no SantanderPrevi, a redução das contribuições do Santander na migração dos participantes do ex-Holandaprevi até 31 de maio de 2009, o não aporte do serviço passado pelo banco no plano II do Banesprev e a ausência de contribuições da patrocinadora em planos do Sanprev. Renovamos a proposta de unificação da gestão de todos planos numa única entidade de previdência complementar, o Banesprev, que possui o melhor modelo de governança.
Saúde suplementar
Foi destacada a necessidade de manutenção do plano de saúde na aposentadoria com as mesmas condições de cobertura que o bancário gozava quando da vigência do contrato de trabalho, mediante pagamento de mensalidade correspondente ao valor que era descontado de seu holerite (contracheque). Queremos também que haja transparência com a disponibilização dos contratos e coberturas dos planos de saúde para os trabalhadores e o envio de extrato mensal discriminando as despesas realizadas para cada bancário.
Outras propostas aprovadas
Uma série de outras propostas foi aprovada no Encontro Nacional, como a de cobrar do banco a retirada imediata das ações judiciais movidas contra entidades sindicais e a Afubesp após protestos contra demissões, falta de funcionários e desrespeito com os aposentados. Queremos o fim das práticas antissindicais, o respeito ao direito de liberdade de expressão e de organização sindical.
Também foi definida a orientação aos sindicatos para não homologar rescisões feitas por prepostos terceirizados pelo Santander. Trata-se de uma função administrativa e uma atividade-fim da empresa e, por isso, deve ser realizada por um funcionário designado pelo banco, como vinha sendo efetuado anteriormente. Várias entidades já suspenderam as homologações por terceirizados.
Combate à terceirização
No encontro, foi feito o alerta para os funcionários do Santander sobre a importância de barrar o projeto de lei nº 4330/2004, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), que escancara a terceirização e tramita rapidamente no Congresso Nacional. Esse projeto, agravado pelo substitutivo do deputado Arthur Maia (PMDB-BA), quase entrou ontem (4) na pauta da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara.