Depois da fala golpista de Jair Bolsonaro na manifestação de 7 de Setembro, em São Paulo, que disse que o ministro do STF Alexandre de Moraes precisava deixar de ser “canalha”, e que não iria mais cumprir “qualquer decisão” dele, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, respondeu com firmeza de que Bolsonaro pode sofrer impeachment. Fux alertou o presidente da República de que sua ameaça de descumprir decisões do STF configura crime de responsabilidade — que pode ser punido com o impeachment.

“O STF não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do Chefe de qualquer dos Poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso”, disse Fux no começo da sessão do STF do dia 8 de setembro.

Senado

Já o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, afirmou que o Brasil vive uma crise e que a solução não está nos arroubos antidemocráticos e no autoritarismo. A fala aconteceu um dia após as declarações de Bolsonaro nas manifestações do 7 de setembro com ameaças ao STF.

Câmara Federal

O presidente da Câmara, Arthur Lira, do Centrão, não mencionou diretamente Bolsonaro nem se referiu à possibilidade de abrir processo de impeachment, com base em mais de 130 pedidos protocolados na Casa. Continua negligenciando os processos. Mas defendeu a democracia e pediu o fim das bravatas.

É preciso sair às ruas para garantir a Democracia

“Quem vai garantir a democracia serão os trabalhadores e o povo nas ruas contra um golpe autoritário explícito na fala do Presidente da República, que quer destruir a democracia. Temos que ir às ruas para reforçar nossas instituições democráticas e a Constituição brasileira. Pelo impeachment de Bolsonaro que nos ameaça a todo momento”, afirma Ricardo Saraiva Big, secretário de Relações Internacionais da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e secretário geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.