Campanha Salarial 2020
Fenaban insiste no reajuste zero e PLR rebaixada
Proposta dos bancos continua representando perda de direitos para os bancários. Comando Nacional rejeitou na mesa e Sindicato convoca assembleia quinta-feira, 27 de agosto
Na mesa de negociação desta terça-feira 25, a décima rodada da Campanha dos Bancários 2020, a Fenaban (federação dos bancos) manteve propostas que rebaixam os direitos da categoria. Propuseram reajuste zero por dois anos. Apresentaram um terceira proposta para a PLR, mas ela continua rebaixada. Mais uma vez, o Comando Nacional rejeitou as propostas na mesa. Uma nova negociação ocorrerá hoje, 26.
>> Atenção: Assembleia Geral Extraordinária Virtual
Por outro lado, os bancos voltaram atrás na redução da gratificação de função, mantendo como é hoje: 55%. Na mesa de sábado 22, a Fenaban já tinha voltado atrás de outra proposta ruim: a de retirada de 13ª cesta alimentação.
Sindicatos em todo o país estão chamando assembleias virtuais para quinta-feira 27. A do Sindicato dos Bancários de Santos e Região começa às 19h.
Nova proposta de PLR é ainda pior
Nesta terceira proposta de PLR, os bancos retornaram os valores da regra básica e da parcela adicional vigentes no acordo de 2019, mas mantiveram a redução da regra majorada de 2,2 salários para 2 salários e o percentual da distribuição do lucro da parcela adicional de 2,2% para 2%. Além disso, apresentaram uma regra nova que limita o percentual do lucro a ser distribuído em 2020 e 2021, ao mesmo percentual distribuído em 2019.
Como em 2019 os lucros dos bancos bateram recordes, os percentuais deste lucro distribuídos foram pequenos. Agora os bancos querem replicar esses percentuais pequenos, mas em cima de um lucro inferior, o que irá piorar ainda mais o valor que os bancários receberiam este ano. Pela primeira proposta da Fenaban, apresentada na mesa do dia 18 de agosto, os três maiores bancos privados distribuiriam em média 6,8% de seus lucros líquidos. Na segunda proposta, a da mesa de sábado 22, esse percentual aumentaria para 6,9%. Já na desta terça-feira, devido à inclusão deste limitador, o percentual distribuído seria de 6,2%, que foi o patamar de 2019.
Veja as diferenças para o salário médio da categoria:
Compare as 3 propostas da Fenaban
Reajuste zero não!
A proposta de reajuste zero por dois anos representa perdas nos salários da categoria. Destacamos que reajuste zero para este ano significa uma perda de 2,65% nos salários. A perda seria maior após dois anos.
Ao invés de reajuste salarial, os bancos ofereceram abonos: de R$ 1.656,22 para este ano, e de R$ 2.232,75 em 2021. Abonos não compensam reajuste zero. Eles não são incorporados aos salários, portanto, não refletem em férias, 13º, FGTS ou outros direitos.
Nunca é demais relembrar que os bancos, apesar da crise agravada pela pandemia, continuam lucrando. No primeiro semestre, o lucro dos quatro maiores – Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil – chegou a R$ 28,5 bilhões (Caixa ainda não divulgou seu balanço), o que não é nada desprezível, especialmente neste momento de pandemia e crise financeira pelo qual passa o país e o mundo.
Em 2019, os lucros somados dos cinco maiores alcançou R$ 108 bilhões, um crescimento de mais de 30% em relação a 2018. E a economia já estava em crise. Não tem crise para os bancos. Não aceitamos uma proposta que prejudique os trabalhadores.
Escrito por: Redação Spbancarios
Fonte SEEB SP - 25/08/2020
Postado por Fabiano Couto em Notícias