Pobreza cresce

Fim do auxílio vai devolver 15 milhões à pobreza em 2021

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Fim do auxílio vai devolver 15 milhões à pobreza em 2021fabiano Couto

Estudo da FGV mostra que o número de pobres no Brasil caiu 23,7% devido ao pagamento do auxílio emergencial. O fim do pagamento, em 31 de dezembro deste ano, vai gerar uma nova crise em meio à pandemia, que não se encerra na mesma data!

Um estudo da FGV Social mostra que o número de pobres no Brasil caiu 23,7% entre 2019 e agosto deste ano, o que representa 15 milhões de pessoas. Mas o que à primeira vista pode parecer uma boa notícia, na verdade, apresenta-se como o prenúncio de uma nova crise, uma vez que os dados estão diretamente ligados à concessão de auxílios governamentais dados em meio à pandemia, que irão se extinguir até o fim do ano.

 

Segundo o economista Marcelo Neri, que coordena o levantamento, "é cristalino" que esse contingente retornará à pobreza a partir de 31 de dezembro, quando termina a concessão do Auxílio Emergencial. "O retorno à pobreza dessas quinze milhões de pessoas é um cenário até conservador.

 

A faixa mais pobre da população é aquela que recebe até 1/2 salário mínimo por pessoa, montante inferior aos R$ 600 do Auxílio Emergencial concedido pelo governo federal em meio à pandemia. O valor do benefício já caiu pela metade, e será extinto até fim do ano.

 

Praticamente todos os estados tiveram queda no número de pobres, e o levantamento mostra que as regiões que registraram as maiores reduções foram a nordeste (-30,4%) e a norte (-27,5%) - as duas que tiveram as maiores parcelas do público-alvo do Auxílio Emergencial.

 

O Rio Grande do Sul foi o único estado que registrou aumento no número da população pobre (crescimento de 0,45% no contingente de pessoas que recebem até 1/2 salário), mas o aumento não chega a ser preocupante. "Lá a pobreza aumentou pouco. É um lugar que fez alguns ajustes, como na previdência, e está fazendo outros. É o segundo estado em número de idosos, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. O Auxílio Emergencial está pouco presente no Rio Grande do Sul, assim como na região sudeste", aponta o economista, dando um indicativo de que a população do estado do sul do País não deve ser muito afetada pelo fim da concessão dos auxílios federais.

 

Ainda segundo o estudo da FGV Social, o Benefício Emergencial (BEm), concedido aos trabalhadores com carteira assinada que tiveram redução salarial durante a pandemia, também ajudou a alavancar os números sobre a diminuição da pobreza este ano, mas não foi suficiente para evitar a queda de contingente em outro estrato da população, a que recebe mais de dois salários mínimos per capita. O levantamento aponta que 4,8 milhões de pessoas saíram desse grupo.

Escrito por: Marcio Dolzan com edição da Comunicação do SEEB de Santos e Região
Fonte Terra.com.br
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias

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