Exploração nas tarifas
Fintechs e bancos disputam quem cobra mais dos clientes
‘Não temos vergonha de sermos bancos’, diz Febraban; mas deveriam
O clima esquentou na Faria Lima. O gatilho foi a crítica, feita pela Zetta, aos reajustes de tarifas feitos pelos bancos em plena pandemia. A Zetta é uma associação fundada pelo Nubank e Mercado Pago e que reúne um punhado de fintechs.
“Não temos vergonha de sermos bancos, muito ao contrário, e também não nos escondemos atrás de letras, marketing e grifes”, tuítou Isaac Sidney, presidente da Febraban. O fio foi longo: “Nubank tem cara, porte, produtos e até nome de banco, prefere não se dizer banco, mas cobra juros mais altos dos seus clientes do que a média dos cinco ou 10 grandes bancos brasileiros. Olhem bem!”
Segundo a Febraban, a página do BC mostra, na última semana de agosto, que a taxa média do juro do cartão rotativo do Nubank era de 291,67% ao ano, maior que a média dos 5 grandes bancos, de 271,68%. No crédito pessoal não consignado, a taxa média cobrada pelo banco virtual foi de 62,86% no final de agosto, enquanto a média dos 10 grandes bancos era de 54,54% ao ano, e dos cinco maiores, 60,65% ao ano.
Lembrando: a inflação (IPCA) dos últimos 12 meses estava em 9,68%. Ficam então bancos tradicionais e bancos moderninhos guerreando para saber quem explora mais seus clientes.
A briga foi tão séria que fez a Febraban lembrar dos seus empregados: “Ela [Zetta] também não contou que os bancos geram mais de meio milhão de empregos em todo o país e têm mais exigências, ao contrário das fintechs que não precisam seguir as regras para contratação de bancários”, disse Isaac Sidney. Os bancos eliminaram mais de 13 mil empregos entre março de 2020 e fevereiro de 2021.
Escrito por: Marcos De Oliveira
Fonte Monitor Mercantil
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias