Aglomeração sem vacinação
Fiocruz alerta cautela com aglomerações. Alemanha teme ‘quarta onda’
Pesquisadores da Fiocruz recomendam manutenção de cuidados, como distanciamento e uso de máscaras, enquanto vacinação estiver abaixo de 80% (está em 56%)
Pesquisadores do Observatório da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) defendem cautela na retomada de eventos sociais com aglomeração diante do índice ainda insuficiente de vacinação no país. De acordo com os cientistas, a retomada irrestrita de hábitos como esses só é efetivamente segura quando a imunização completa contra o novo coronavírus e suas variantes é de 80% do total da população – enquanto o país está com 56%.
O alerta é publicado em um momento em que diversas regiões do país convocam 100% por dos alunos para o retorno às aulas presenciais, como o estado de São Paulo. Além disso, eventos em locais de aglomeração, como estádios de futebol, cinemas, casas de shows e baladas já ocorrem com lotação máxima. Os pesquisadores alertam, porém, que não basta que apenas a população adulta esteja devidamente vacinada. E, também, que “quantidade expressiva” de pessoas ainda precisa retornar para a aplicação da segunda dose ou dose de reforço. Até 25 de outubro, mais de 14 milhões de brasileiros estavam com mais de 15 dias de atraso para a segunda dose do imunizante.
“Vale lembrar que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis”, diz a publicação.
O boletim destaca que a cobertura vacinal vem aumentando paulatinamente, tendo alcançado. No entanto, esses índices ainda estão distantes do patamar considerado “ideal”.
Até que essa taxa de vacinação seja alcançada, a Fiocruz recomenda que sejam mantidas medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos. Além disso, eventos com aglomeração só devem ocorrer mediante exigência de comprovante de vacinação entre todos os participantes.
Não vacinados e a ‘quarta onda’
Em função do relaxamento das medidas restritivas, o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, alertou nesta quarta-feira (3) para o surgimento de uma “quarta onda” da covid-19 em seu país. “Em algumas regiões da Alemanha, os leitos de UTI disponíveis estão ficando novamente esgotados”, advertiu. De acordo com o ministro, esse novo aumento no número de casos e internações tem se dado “essencialmente” entre os não vacinados.
Nesse sentido, ele cobrou que os estados adotem medidas mais rígidas de controle de circulação dos não vacinados. Ele citou, por exemplo, a proibição do acesso a locais públicos ou a exigência de um teste PCR negativo – mais caros que os testes de antígenos adquiridos em farmácia.
Na Itália, as autoridades de Saúde da região de Friuli Veneza Giulia, também constataram um novo foco de contaminação pela covid-19. Trieste, a capital da região, vem registrando seguidos protestos contra o passaporte, desde meados de outubro, quando o governo nacional estabeleceu o chamado “passe verde”, que obriga a apresentação do comprovante de vacinação para acessar os locais de trabalho.
Grupos que resistem à vacinação também têm colocado em risco os avanços no enfrentamento da pandemia em diversos outros países, como França, Estados Unidos e Rússia. Neste último, o país voltou a registrar novo recorde de óbitos – 1.189 mortes – nesta quinta (4). Para conter o avanço da doença, medidas restritivas foram adotadas até este domingo, mas deverão ser estendidas pelo governo russo. Apenas serviços essenciais estão autorizados a funcionar presencialmente. Por lá, menos de 35% foi totalmente imunizada até o momento.
Reino Unido aprova medicamento
O governo do Reino Unido foi o primeiro a autorizar o uso do medicamento molnupiravir contra a covid-19. Produzido em cápsulas, o novo medicamento, que tem o nome comercial de Lagevrio, é produzido pela farmacêutica Merck (MSD, no Brasil). Ainda não há definição se o remédio poderá ser adquirido em farmácias ou se será distribuído pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS).
De acordo com a agência regulatória britânica, a nova medicação é recomendada para pessoas acometidas com casos leves ou moderados da doença, e que tenham ao menos um fator de risco – imunodeficiência, diabetes, obesidade, doenças cardíacas, etc. Nesse sentido, seu uso deve ocorrer imediatamente após a doença ter sido diagnosticada em testes laboratoriais. Ou dentro de cinco dias após os surgimentos dos primeiros sintomas.
Escrito por: Tiago Pereira
Fonte Rede Brasil Atual
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias