Endividamento
Governo Bolsonaro aumenta taxa de juros Selic e endividamento da população
Com decisão da equipe econômica, Brasil tem os juros mais altos do planeta. A QUEM INTERESSA? - A elevação dos juros aumenta o endividamento das famílias e inibe ainda mais o poder de consumo, aprofundando a recessão. Mas os bancos faturam ainda mais dinheiro
Desde o governo Fernando Henrique Cardoso, o modelo econômico fundamentado no chamado tripé macroeconômico (câmbio flutuante, meta de inflação e meta fiscal) torna o Brasil proibido de alcançar um desenvolvimento sustentável. O ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto voltaram a elevar ainda mais a Selic (taxa básica de juros), chegando em janeiro deste ano a dois dígitos 10,75%, uma alta de 1,5 percentual. Esse foi o oitavo avanço consecutivo que começou em abril de 2021 e a maior taxa desde 2017.
Com a medida, que tenta segurar a explosão inflacionária, a equipe econômica do governo Bolsonaro utiliza a velha receita neoliberal de elevar os juros, decisão que prejudica ainda mais a vida dos brasileiros.
Com a elevação dos juros no cartão de crédito, sempre muito acima da Selic, e do cheque especial, a tendência é o aprofundamento da recessão econômica com um endividamento ainda maior da população.
Mesmo com o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC sinalizando que poderá diminuir o aperto monetário, o próprio mercado prevê novo aumento dos juros básicos em março deste ano.
Campeão dos juros
Com uma taxa de juros real (descontada a perspectiva de alta inflacionária) de 6,41%, o Brasil está oficialmente no topo dos juros no mundo, à frente da Rússia (4,61%) e Colômbia (3,02%). Apenas outros dez países também apresentaram crescimento de juros: Chile, México, Indonésia, Hungria, Turquia, Malásia e República Tcheca. Outros 30 estão em situação inversa.
A política ultraliberal e recessiva de Paulo Guedes empobrece ainda mais a população. Mas há um setor que ganha com os juros nas alturas: os bancos e quem vive de especulação na bolsa. Estes foram apadrinhados pelo atual governo.
Os juros no rotativo do cartão de crédito dispararam em 2021 e chegaram a 350% ao ano, o maior índice desde 2017. Com elevação da Selic, sobem também as taxas no empréstimo pessoal, cheque especial e financiamentos de automóveis e da casa própria. Com inflação e juros nas alturas, os brasileiros perdem ainda mais o poder de compra.
Fuga de capitais
Mas a política econômica recessiva de Guedes não apenas eleva os lucros dos bancos que se beneficiam da farra dos juros sem nenhuma garantia de controlar a inflação em uma economia "dolarizada". O Palácio do Planalto tenta atrair capital estrangeiro com taxas de lucro especulativo muito acima dos mercados internacionais, afinal em três anos, o Brasil bateu recorde de fuga de capital, já que não há investidor que acredite num governo instável em função dos arroubos políticos do presidente que ameaçam a democracia e até contra a vacinação contra a Covid-19 e uma equipe econômica incompetente sob a batuta do banqueiro Paulo Guedes, situação agravada pelas decisões desesperadas de um governo que não medirá esforços para elevar os gastos públicos diante das grandes dificuldades de Bolsonaro de conseguir a reeleição.
Escrito por: Carlos Vasconcellos
Fonte SEEB do RJ
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias