Resolução
Greve Geral em defesa dos direitos trabalhistas e da aposentadoria
A crise política, econômica e institucional que abala o país teve mais um triste capítulo nos últimos dias. O escárnio de Gilmar Mendes e do judiciário no espetáculo deprimente do TSE demonstra até onde os poderes da república estão dispostos a ir para defender os interesses do sistema financeiro, do rentismo, do latifúndio e dos donos do dinheiro, materializados, principalmente, nas reformas da previdência e trabalhista, na terceirização e no congelamento dos investimentos públicos nas áreas sociais. Mas essa farsa, no entanto, conseguirá apenas adiar a agonia institucional que se aprofundou desde o golpe de 2016 assolando a ilegitimidade do atual executivo, a maioria conservadora do congresso nacional e do judiciário.
A pauta de desmonte dos direitos sociais e de todas as conquistas obtidas nas últimas décadas é o que unifica o grande capital e a direita, que neste momento estão divididos quanto ao que fazer com Temer. Para a classe trabalhadora e a maioria do povo brasileiro, a manutenção do ilegítimo na presidência da república ou sua substituição por via indireta significam o fim da aposentadoria, dos direitos trabalhistas e de qualquer freio à precarização, à terceirização e ao rebaixamento brutal do valor da força de trabalho.
Neste sentido, ganham peso importante as articulações pelo estabelecimento da Frente Ampla pelas Diretas Já que precisa envolver os mais diversos setores sociais descontentes com o governo Temer e sua camarilha. A luta pelas Diretas já é, portanto, a mesma luta dos/as trabalhadores/as contra as “deformas” exigidas pelo grande capital. Em todas as oportunidades deste intenso processo, nosso desafio é deixar claro que a luta contra a destruição da previdência, o fim da aposentadoria e dos direitos trabalhistas está no centro das preocupações.
Mas se é verdade que o sistema político chafurda nas manobras e golpes dos “de cima”, a classe trabalhadora e os setores populares tem desenvolvido um importante processo de lutas, que se intensificou nas mobilizações de 08, 15, 28 e 31 de março e teve o ponto alto na GREVE GERAL de 28 de abril, a maior paralisação nacional da nossa história recente. A ampla unidade também foi capaz de mobilizar mais de 200 mil manifestantes em Brasília e enfrentar por mais de 6 horas ininterruptas a brutal repressão policial. A unidade na luta das classes trabalhadoras contra as reformas trabalhista e previdenciária tem se ampliado e pressionado o movimento golpista. Diante da crescente ilegitimidade do governo, se somam a luta pelo Fora Temer e por eleições diretas os setores da cultura e da juventude em grandes manifestações em todo o país, e em especial no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Isso é a novidade da conjuntura que tende a se ampliar, principalmente agora com a decisão do TSE.
Esse processo de lutas novamente terá relevo na segunda GREVE GERAL de 2017, convocada pelo conjunto das centrais e movimentos sociais para odia 30 de junho. Colocar todo peso na preparação da Greve Geral é nosso principal desafio nesse momento, que precisa ser levado para todas as bases e todos os setores explorados e oprimidos do povo brasileiro. Debater com trabalhadores/as nos locais de trabalho, intensificar o diálogo nos bairros e periferias, fortalecer os comitês locais envolvendo todos os setores, participar das atividades da Frente Povo Sem Medo e outras ações unitárias, como o “Esquenta Greve Geral” em 20 de junho, serão fundamentais para o sucesso da nossa luta. Assim, nos somamos à agenda unitária apontada pelo conjunto das centrais sindicais, a saber:
– até dia 23 de junho: convocação de plenárias, assembleias e reuniões, em todo o Brasil, para a preparação da GREVE GERAL;
– 20 de junho: Esquenta Greve Geral com atos e panfletagens;
– 30 de junho: Greve Geral
No exato dia em que completam 100 anos da greve geral de 1917, luta que foi iniciada pelas mulheres trabalhadoras do Cotonifício Crespi, na Mooca, região da central da capital paulista, a Direção Nacional da Intersindical iniciou sua reunião bimestral com o mesmo espírito de luta daquelas operárias que abriram caminho para a conquista de direitos fundamentais para toda a classe trabalhadora no século XX.
Fora Temer! Nenhum direito a menos! Diretas já!
São Paulo, 11 de junho de 2017
Direção Nacional da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
Fonte Intersindical Central da Classe Trabalhadora
Postado por Fernando Diegues em Notícias