O HSBC, maior banco da Europa em valor de mercado, prepara-se para cortar "milhares" de vagas em sua operação global, segundo o jornal britânico "Financial Times".
Stuart Gulliver, executivo-chefe do banco, afirmou, ao anunciar os resultados anuais na semana passada, que iria "se fixar em custos" durante o próximo ano e prometeu aumentar em US $ 1 bilhão a economia de gastos em 2013.
Ainda não estão definidos o número exato nem que cargos serão cortados, mas pessoas próximas ao banco sugerem que até 5.000 funcionários sejam demitidos, como parte dessa economia. No entanto, pelas contas do mercado, o corte poderia chegar a até 10 mil pessoas.
Gulliver, responsável pelo HSBC desde o início de 2011, passou os últimos dois anos tentando simplificar a rede global do banco, tanto para impor mais controle da sede em Londres como para eliminar sobreposições e ineficiências.
O banco, no entanto, permanece tão longe quanto antes da meta de cortar as despesas como proporção da renda para algo entre 48% e 52%. O índice esteve em 2012 numa espiral ascendente, chegando a 62,8%. Em parte, foi inflado pelo pagamento de multa de US $ 1,9 bilhão para os reguladores norte-americanos, após acusação de lavagem de dinheiro. Mas, mesmo descontando essa despesa única, o índice chegava a 56%, com as receitas encolhidas por causa da crise na Europa.
Os detalhes do plano de cortes devem ser anunciados aos investidores em maio. O banco deverá fechar ou vender mais 8 ou 10 empresas neste ano e no próximo, além das 49 de que já se desfez desde 2011.
Os novos cortes de emprego vão se somar à redução no quadro de funcionários nos últimos dois anos --de 302.000 para 260.000.
De acordo com pessoas envolvidas no planejamento, a conta pode ser ainda maior se Gulliver for adiante em seus planos para erradicar a tradição do HSBC de desenvolvimento interno de software.
Estima-se que essa área já passou, recentemente, de 27.000 para cerca de 21.000 pessoas, mas o quadro pode piorar com a tendência do banco de terceirizar seus serviços de TI.
Para executivos, a contração nas vagas será gradual e pode ser amenizada com a atuação agressiva do HSBC em áreas de novas tecnologias, como o mobile banking.