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Intersindical denuncia terceirização no Brasil durante Congresso no Chile
“Os países latino-americanos e caribenhos sofrem ataque muito duro do capital. Se não bastasse a sequência de privatizações que vem sendo feita em vários países, no Brasil está acontecendo outro ataque, como já concretizado no México, que é a terceirização e precarização do trabalho. Há 4 anos estamos resistindo à tentativa de golpe contra a classe trabalhadora. Infelizmente, várias leis foram criadas para tentar quebrar a resistência dos trabalhadores e terceirizar serviços, mas seguimos no combate. Hoje, por exemplo, 80% dos trabalhadores da Petrobrás são terceirizados, assim como grande parcela das pessoas que atuam no sistema financeiro.”
A denúncia, feita pelo secretário de Relações Internacionais da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva Big, marcou a participação da Intersindical no 13º Congresso Internacional dos Trabalhadores dos Transportes. A atividade reuniu delegações de 24 países e aconteceu em Santiago, no Chile, entre os dias 5 e 7 de setembro. O congresso foi organizado pela União Internacional dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes (UIS -Transporte), Federação Sindical Mundial (FSM), Confederação Nacional Unitária dos Trabalhadores do Transporte e Afins do Chile (CONUTT) e a Federação Unitária do Transporte da América Latina e Caribe (Futac).
Além de Big, a Intersindical estava representada por Fabiano Couto, diretor do Sindicato dos Bancários de Santos, e Wenceslau Machado, trabalhador do ramo de transportes de Porto Alegre (RS). No encontro houve debates sobre a organização e ação unificada dos trabalhadores do transporte em todo o mundo para enfrentar os desafios propagados pela crise do capitalismo. Foi discutido também como a classe trabalhadora contribui para um novo modelo de sociedade, onde se garanta a democracia popular e a soberania dos povos, entre outros temas.
Problema Mundial
“A terceirização é um problema mundial, que precisa ser constantemente denunciada. No Brasil, 80% dos acidentes de trabalho são com funcionários terceirizados.”, alertou Big. “No ano passado começamos, no Brasil, a luta contra a aprovação dos projetos de lei (PLs) 4330/04 e 7892/14, na Câmara Federal, e o PLS 87, no Senado, que prevêem a terceirização de todas as atividades do País. O capital tem buscado outros caminhos para permitir a precarização total e conseguiu pautar a questão denominada Repercussão Geral para que o Supremo Tribunal Federal julgue, mas seguimos lutando para impedir a retirada de direitos”.
“Os caminhos de todos os trabalhadores, principalmente nós latino-americanos, têm que ser o da organização e unidade em defesa dos direitos comuns”, afirma Wenceslau Machado. Um exemplo é a luta contra a crise do transporte público no Brasil, que é resultado de decisões políticas que só servem aos interesses dos grandes monopólios e à indústria internacional de transportes.
“Nas décadas de 50 e 60 do século passado, o Brasil optou privilegiar o transporte por rodovias. O governo deu subsídios e facilitou a entrada das multinacionais fabricantes de automóveis. Ao mesmo tempo, abandonou outras opções de transporte, como o ferroviário e o marítimo. Essa decisão política levou o Brasil a depender mais dos países imperialistas e hoje nossas ruas estão congestionadas, cheias de carros, em quase todas as cidades brasileiras”, explicou Wenceslau.
Marcha pelos Direitos Humanos reúne 10 mil pessoas
Após dois dias de debate, no domingo foi realizada a Marcha pelos Direitos Humanos, que reuniu 10 mil pessoas pelas ruas de Santiago. A manifestação é parte das atividades em memória do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, que amanhã (quinta) completa 41 anos. O golpe pôs fim ao governo de Salvador Allende e deu início à ditadura do general Augusto Pinochet.
Fonte Imprensa SEEB Santos e Região
Postado por Fernando Diegues em Notícias