O Banco do Brasil, maior instituição financeira do país, anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de R$ 2,5 bilhões no primeiro trimestre do ano, queda de 14,7% na comparação anual e retração de 15,8% ante o período imediatamente anterior. A queda ocorre em meio a maiores provisões para perdas diante da tendência de aumento da inadimplência.
A carteira de crédito ampliada, que inclui garantias prestadas e os títulos e valores mobiliários privados, chegou a R$ 473,1 bilhões em março, crescimento de 19% em 12 meses e participação de 19,2% do mercado nacional.
A taxa de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias atingiu 2,2% da carteira de crédito, superior aos 2,1% registrados no mesmo período do ano passado. O banco destaca que o resultado ficou abaixo do registrado no Sistema Financeiro Nacional, de 3,7%.
Os ativos do Banco do Brasil alcançaram R$ 1 trilhão no período, evolução de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 2,4% a dezembro de 2011.
"Essa marca histórica está diretamente relacionada ao crescimento da carteira de crédito, especialmente consignado, baixa inadimplência e melhoria da eficiência operacional", diz em comunicado ao mercado.
No entanto, o BB teve despesas com provisões para perdas com devedores duvidosos de R$ 3,576 bilhões no período, aumento de 36% em um ano e o maior nível desde pelo menos o quarto trimestre de 2009.
Os resultados do Bradesco, Itaú e Santander, divulgados na semana passada, foram afetados pela inadimplência. As provisões deles também tiveram que aumentar no período.
CRÉDITO POR SEGMENTO
O crédito às pessoas físicas atingiu R$ 133 bilhões ao final de março, evolução de 14,2% em um ano. Esse montante representa 28,1% da carteira total do BB.
A instituição destaca o crescimento do crédito consignado que atingiu R$ 52,6 bilhões, expansão de 14,3% em 12 meses e 31,8% de participação de mercado.
No segmento de pessoas jurídicas, a carteira de crédito apresentou expansão de 17,8% em 12 meses, registrando saldo de R$ 211,4 bilhões.
Para o BB, o destaque foi para as operações com micro e pequenas empresas, "que tiveram o desempenho impulsionado por linhas de investimento, cujo crescimento foi de 27,8% na comparação em 12 meses e 9,7% contra o quarto trimestre de 2011".
A instituição destacou no anúncio do resultado que o crédito imobiliário "mantém sua trajetória de crescimento com saldo de R$ 8,6 bilhões em março, expansão de 107,3% em 12 meses". Os desembolsos no trimestre atingiram R$ 1,3 bilhão, 57,8% a mais do que o observado no primeiro trimestre de 2011.
O volume de negócios com pessoas jurídicas chegou a R$ 357,4 milhões e de pessoas físicas a R$ 975,2 milhões.