O Banco do Brasil anunciou nesta terça-feira 9 lucro líquido de R$ 6,26 bilhões no primeiro semestre de 2011, recorde em sua história e o segundo maior de todo o sistema financeiro, ficando atrás apenas do Itaú (R$ 7,1 bilhões). Esse resultado do BB é 23,4% superior ao mesmo período do ano passado e representa 25,4% de retorno anualizado sobre o patrimônio líquido. O lucro recorrente foi de R$ 6,15 bilhões, aumento de 40,4% em relação ao primeiro semestre de 2010.
O BB terminou junho com ativos totais de R$ 904,5 bilhões, alta de 19,6% nos últimos 12 meses. O patrimônio líquido do banco ficou em R$ 54,6 bilhões, expansão de 38,9%.
Spread e tarifas astronômicos
As receitas com operações de crédito do Banco do Brasil cresceram 21,1% comparativamente ao primeiro semestre do ano passado (chegando a R$ 421 bilhões) e o resultado com títulos e valores mobiliários aumentou 20,7% - menos que a expansão do lucro líquido, apesar da elevação da taxa Selic média.
Na entrevista coletiva em que anunciou o balanço semestral, o presidente do banco, Aldemir Bendine, já anunciou que o crédito será ainda mais enxuto no segundo semestre. Segundo ele, o crescimento dos empréstimos à pessoa física ficará entre 17% e 21% em 2011, abaixo da estimativa anterior de 19% e 23%. No caso das empresas, a nova projeção está na faixa de 16% a 19%, também inferior ao prognóstico anterior de 17% a 20%.
O spread global foi de 6,1%, mas nas operações de crédito pessoa física o spread anualizado chegou a 15,1%.
As receitas com prestação de serviços chegaram a R$ 8,49 bilhões no primeiro semestre, um crescimento de 9,9% relativo ao mesmo período de 2011. E as despesas de pessoal atingiram R$ 6,50 bilhões.
Crédito agrícola prioriza grandes empresas
Na carteira de crédito agrícola, houve um acréscimo global de 14,5% nos empréstimos no primeiro semestre em comparação com os seis primeiros meses de 2011.
O balanço do BB no semestre também sofreu impacto positivo com a contabilização de R$ 1,92 bilhão do superávit da Previ, amparada pela Resolução 26 do Conselho Gestor da Previdência Complementar (CGPC 26), medida que é rejeitada e contestada judicialmente pelo movimento sindical.