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Ministério da Saúde força atraso da vacinação de crianças
Pasta abriu consulta pública sobre imunização de crianças contra a covid-19. Ciência e autoridades sanitárias recomendam e aprovam há meses
O Ministério da Saúde abriu consulta pública sobre a vacinação de crianças menores de cindo anos contra a covid-19. A decisão contraria a comunidade científica e o restante do mundo democrático que recomendam e vacinam as crianças. Especialistas argumentam que se trata de mais uma forma de atrasar a imunização desta faixa etária. A decisão do governo Bolsonaro foi tomada uma semana após o Ministério Público Federal (MPF) recomendar que a pasta vacinasse com eficiência as crianças em um prazo de 20 dias.
Faltam vacinas para os mais jovens e as crianças são os que menos receberam os imunizantes no país. Apenas 5,5% dos brasileiros entre 4 e 5 anos receberam duas doses. Nem mesmo existem dados do atual governo sobre as crianças mais novas. Bolsonaro e o ministro Marcelo Queiroga vêm dificultando propositalmente a imunização infantil e só recomendam vacinas nesta faixa etária para crianças com comorbidades, o que afronta a ciência médica. Crianças não vacinadas estão entre os mais vulneráveis à covid-19 atualmente, sujeitas à morte e sequelas da doença.
Vacinação de crianças
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) já deu parecer favorável à vacinação. Contudo, decisão de convocar consulta pública pelo ministro Queiroga atrasa a imunização sob pretexto de “ouvir a população”. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou a aplicação de vacinas da Pfizer em crianças de seis meses a 3 anos. Entretanto, o governo abriu consulta para pessoas sem ligação com a Saúde se manifestarem. O prazo para participar do “diálogo” vai de hoje (6) até o dia 15 deste mês.
“O período de contribuição terá duração de dez dias devido à relevância do tema e qualquer pessoa pode participar. Atualmente, no caso da faixa etária entre seis meses e menores de 3 anos, a vacina da Pfizer é recomendada para as crianças com comorbidades. A Conitec deu recomendação preliminar favorável à incorporação. Após a consulta pública, o tema volta para a Comissão para o parecer final”, informa a pasta.
Enquanto isso
Enquanto o governo persiste em sua postura inicial de trabalhar contra a imunização, a covid-19 segue trajetória de novo crescimento no Brasil. Trata-se de uma nova onda provocada por subvariantes da cepa ômicron, que desembarcaram no país no último mês.
Segunda-feira (5), pela primeira vez em dois meses, a média móvel de mortes, calculada em sete dias, passou de 100. Foram 105 vítimas reportadas em 24 horas. O que significa aumento de 54% nas mortes no último mês.
Contudo, as vacinas seguem mostrando eficácia na proteção da população. Isso fica evidente ao observar os números de novos casos. Em novembro, o número de infectados disparou 1.001% em relação ao mês anterior, de acordo com dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Estes dados ainda são imprecisos, uma vez que muitos infectados com sintomas leves, ou mesmo assintomáticos, sequer fazem testes.
Fonte Rede Brasil Atual
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias
Atualizado em: 07 de dezembro de 2022