O Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza nesta quinta-feira (17), às 14h, uma nova e ampliada audiência de mediação entre o movimento sindical e o Santander em Brasília, o que possibilitará a participação de sindicatos e federações de todo país. A medida foi tomada pela procuradora do MPT, Ana Cristina Tostes Ribeiro, ao final da segunda mediação entre as partes, ocorrida no último dia 9, na capital federal.
O objetivo dessa audiência ampliada é garantir que cada entidade sindical possa se manifestar sobre as demissões em massa que ocorreram no banco espanhol em dezembro e apresentar propostas de reintegração dos demitidos e de combate à rotatividade, a fim de evitar que o mesmo processo de dispensas volte a acontecer agora em janeiro e nos meses seguintes.
A reunião ocorre um dia depois da audiência de mediação no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) entre as partes e o Itaú, em Brasília, que terminou frustrada. Os dois bancos privados se recusaram a negociar emprego. Eles não aceitaram a proposta do secretário de Trabalho do MTE, Manoel Messias, que propôs a formação de uma mesa de negociação do setor bancário, a exemplo de outros setores da economia. Também se recusaram a garantir acesso das informações mensais do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) aos bancários.
Na Espanha, em crise financeira, o Santander acaba de assinar um acordo com os sindicatos sobre o processo de fusão do Banesto, garantindo mecanismos de informação, diálogo e respeito aos direitos dos funcionários, sem medidas traumáticas. No entanto, o banco rechaçou firmar acordo semelhante, alegando que 'no Brasil as coisas são diferentes'.
O Secretário Geral Adjunto do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Pedro Castro Júnior, participa da reunião em Brasília.
Natal de demissões
O Santander cortou 955 empregos em dezembro, conforme dados fornecidos pelo banco para o movimento sindical, após determinação da procuradora do MPT. No MTE, os representantes dos bancos ironizaram, dizendo que o fechamento de quase mil postos de trabalho antes do Natal é muito pouco frente aos 51 mil empregados do Santander.
Na última audiência no MPT, a procuradora disse que o Santander estava disposto a estender o acordo firmado nos dissídios coletivos com os Sindicatos dos Bancários de Santos, São Paulo e ABC no TRT de São Paulo.