Dia Internacional da Mulher
Mulheres da Baixada Santista realizam ato marcha no dia 7 de março, em São Vicente
Neste ano, o ato marcha regional do Dia Internacional de Luta das Mulheres será no dia 7 de março, a partir das 12 horas, na Praça dos Correios, no Centro de São Vicente, com o tema “A vida começa quando a violência acaba: Liberdade é viver se medo!” As frases são de Maria da Penha, autora da lei de combate à violência contra a mulher, e de Nina Simone, cantora estadunidense negra que sofreu violência de gênero, raça e classe.
A pauta do público feminino, como observam as organizadoras da atividade, vem aumentando principalmente em razão do retrocesso nas políticas públicas e de proteção e dos direitos humanos. São as mulheres, principalmente as pobres e negras, as mais atingidas por esse cenário. A manifestação também protestará contra o desmonte da educação, da saúde e dos serviços públicos e o descaso com o aumento do feminicídio, assim como contra o assassinato das pessoas trans e o extermínio dos pobres e da juventude negra.
Como salientam, a marcha quer mostrar a sociedade desigual, própria do sistema capitalista patriarcal, machista e racista que destrói o corpo, a alma e os recursos naturais para lucrar cada vez mais.
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8 de março – data de luta e resistência
O 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é uma data histórica de resistência e luta pelos direitos das mulheres. Sua história vem de longe! Em 1910, mulheres reunidas na Conferência das Mulheres Socialistas, na Dinamarca, decidiram criar o Dia da Mulher, na ocasião não foi definida qual data seria, o mês de março foi escolhido sem um motivo específico. No dia 23 de fevereiro de 1917, pelo calendário russo que corresponde ao dia 8 de março no calendário ocidental, mulheres tecelãs da Rússia começaram uma greve que marcaria definitivamente uma mudança nos rumos da política do país, sendo o estopim para a primeira fase da revolução Russa. Em 1921, a Conferência das Mulheres Comunistas, realizada em Moscou, adotou o dia 8 de março como data unificada do Dia Internacional das Operárias. Desde então, as socialistas passaram a divulgar o 8 de março como data internacional das comemorações da luta das mulheres.
Desafios das mulheres do nosso tempo
Em tempos tão difíceis e diante da tentativa de apagamento das lutas históricas das mulheres e da classe trabalhadora se faz urgente refletir sobre os ataques à democracia e ao avanço do pensamento conservador, onde as principais atingidas são as mulheres trabalhadoras, em especial as mulheres negras e indígenas que vivem nas periferias.
Aprofundamento dos problemas no governo Bolsonaro
Esse panorama vem se acirrando há anos, mas com a entrada do Bolsonaro ao governo isso se aprofunda e o fascismo ganha espaço na sociedade, isto é, uma ordem baseada no uso excessivo de força através da violência disfarçada de segurança e moral, preconceito, além da crescente desigualdade social, que alavanca a economia.
Temos assistido ao aumento brutal das taxas de feminicídio e da violência contra a mulher, que na última década, de acordo com o Mapa da Violência, demonstrou que o assassinato de mulheres negras aumentou 54% e o de mulheres brancas reduziu 9,3%. Isso ocorre ao mesmo tempo em que há a redução dos investimentos das políticas públicas para as mulheres, a reforma trabalhista e da previdência, o descaso e o desmonte da educação, da saúde e dos serviços públicos tudo a passos largos.
Sabemos que às mulheres só é permitido ocupar espaços privados onde não há poder, porque, somos nós que reproduzimos mais força de trabalho para o sistema capitalista criando as condições para que nossos filhos, filhas e família saiam todos os dias para seus empregos. Por tudo isso, é sobre nossos corpos que recai toda essa violência.
A nós é imposto o trabalho e os cuidados com a casa, os filhos e os idosos, além de trabalharmos em postos de trabalho precarizados. Segundo estudos do IBGE, em 2019, a jornada de trabalho das mulheres, mais as tarefas domésticas e cuidado de pessoas são 3,1 horas superior a dos homens.
Temos nossos corpos sistematicamente violados e é a nós que querem calar. Reafirmamos que não nos calarão!
Chamado às mulheres!
Em todo o mundo as mulheres têm sido linha de frente na luta contra esse mundo desigual, machista, lgbtfóbico e racista. Além disso, somos nós que choramos pelo assassinato da juventude negra.
Nós, mulheres trabalhadoras, somos parte central e fundamental da revolução.
As conquistas alcançadas até hoje só foram possíveis devido a luta organizada de trabalhadoras e trabalhadores, resistindo à retirada de direitos básicos e na busca por melhores condições de vida.
Somente a organização e a unidade da classe trabalhadora pode nos proteger da situação de opressão que vivemos!
Por nenhuma a menos e pela vida das mulheres, vamos marchar juntas!
Comissão organizadora do 8M unificado Baixada Santista
Mais informação com Cidinha Santos
MTb 62845/SP
Telefone e WhatsApp: (13) 99761-3779
Fonte Divulgação Cidinha Santos
Postado por Fabiano Couto em Notícias
Atualizado em: 28 de fevereiro de 2020