Mulheres no poder
Mulheres mostram como comandar um País em momentos de crise
De acordo com um ranking do Lowy Institute, enquanto o Brasil abocanhou a última posição no ranking de combate à pandemia, nações comandadas por mulheres ficaram entre as vinte primeiras colocações. São elas: Nova Zelândia, Taiwan, Estônia, Singapura e Noruega
De acordo com um ranking do Lowy Institute, divulgado em janeiro de 2021, a Nova Zelândia foi o País mais bem sucedido em relação às medidas adotadas para combater a pandemia. A primeira-ministra Jacinda Ardern ganhou destaque internacional ao impor duras restrições quando o País havia registrado apenas seis mortes pela doença.
O instituto australiano analisou dados públicos sobre a pandemia de 98 países. A pesquisa levou em consideração seis indicadores envolvendo números de casos, óbitos e testagem. Enquanto o Brasil abocanhou a última posição no ranking, nações comandadas por mulheres ficaram entre as vinte primeiras colocações. São elas: Taiwan, Estônia, Singapura e Noruega.
A presidenta de Taiwan, Tsai Ing-Wen, foi rápida em adotar medidas e conseguiu controlar a pandemia no País mesmo estando muito próximo da China.
Na Estônia, além das medidas sanitárias a presidenta Kersti Kaljulaid apostou na tecnologia para encontrar soluções que ajudassem seus cidadãos a enfrentar essa difícil situação.
Para o País, ter uma mulher na presidência deu tão certo que agora, em 2021, Kaja Kallas assumiu como primeira-ministra da Estônia. Esse é o único País do mundo com duas mulheres nos mais altos cargos.
A Noruega também ganhou destaque no estudo do Lowy Institute. A primeira-ministra Erna Solberg fez jus ao seu papel de durona e adotou medidas restritivas quando registrou os primeiros óbitos. No entanto, no início da pandemia, ela ganhou destaque na mídia ao participar de uma coletiva de imprensa respondendo somente perguntas de crianças.
Mulheres são melhores líderes
A Harvard Business Review publicou um artigo, em dezembro de 2020, onde avalia o desempenho das líderes mulheres durante crises.
Intitulado “Research: Women are better leaders during a crisis”, o texto traz resultados relacionados à pandemia que comprovam que as nações chefiadas por elas foram sistematicamente melhores em lidar com a situação do que as chefiadas por homens.
Também foi analisado o desemprenho dos governadores nos Estados Unidos. De forma semelhante, descobriu-se que os estados com líderes femininas tinham taxas de mortalidade mais baixas que os demais.
16 anos de liderança
Claro que não podemos deixar de fora o trabalho da maior líder da Europa, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel. Primeira mulher eleita para ser chefe de governo no País, Merkel ganhou popularidade entre os alemães e se consolidou como principal líder do continente.
Durante a pandemia, a primeira-ministra entendeu a realidade e tomou atitudes para evitar que seu País sofresse mais com a doença. No dia 18 de março, Merkel fez um pronunciamento em rede nacional. Explicou para a população, de maneira didática, o que estava acontecendo e o que precisava ser feito.
De acordo com ela, aquele seria provavelmente o maior desafio da Alemanha desde a Segunda Guerra. E foi com esse discurso que ela conseguiu o apoio popular para decretar os primeiros lockdowns.
Com a segunda onde chegando no fim do ano de 2020, Merkel se emocionou ao defender medidas de distanciamento social nas festas de fim de ano. “Essa pode ser a última festa que você passa com seus avós”, disse.
Mulheres fazem falta no comando das Nações
Tantos relatos positivos de países chefiados por mulheres nos deixa mais reflexivos. Ainda mais quando vemos realidades opostas como Estados Unidos, Brasil e México. Seus líderes – homens – passaram todo o ano de 2020 dando risada do “histerismo” mundial e criticando o posicionamento da ciência.
Claro que o resultado não seria nada bom. Agora, em pleno 2021, essas nações colhem os frutos do negacionismo. O Brasil está na sua pior fase desde que a pandemia começou. Estamos há um ano chorando os nossos mortos, amargando o desemprego e rezando para tomar a vacina.
Bolsonaro – que diz comandar o País – só abre a boca para falar de “gripezinha” e “mimimi”. Vacinas chegam aos municípios a conta gotas. Auxílio emergencial não é pago à população.
Diante de tantos estudos e exemplos sobre a liderança feminina, fica a reflexão: e se o Brasil estivesse passando pela pandemia com uma presidenta?
Escrito por: Tarsila Braga
Fonte reconta aí
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias
Atualizado em: 08 de março de 2021