Quarta causa de morte entre as mulheres brasileiras, o câncer de colo de útero pode ser prevenido por meio de exames periódicos. Lei federal determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) garanta o exame preventivo gratuito a todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual, independente da idade.
Em todo o mundo, surgem 500 mil novos casos de câncer de colo de útero por ano. No Brasil, são 18 mil novas ocorrências anualmente. É o segundo tipo de câncer que mais atinge as mulheres. O primeiro é o de mama, com 49 mil novos casos por ano - a maior causa de morte entre as brasileiras, principalmente na faixa dos 40 aos 69 anos de idade. A prevenção gratuita deste tipo de câncer também é garantida por lei federal para mulheres acima dos 40 anos.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), nos dois casos, a prevenção ou a detecção precoce são fundamentais para garantir a saúde da mulher e a cura, caso o diagnóstico seja confirmado.
Colo de útero
O câncer de colo de útero, entre todos os tipos da doença, é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, se diagnosticado precocemente. O pico de incidência está em mulheres com idades entre 40 e 60 anos. Para impedir o avanço da doença no Brasil, especialmente as que têm idade entre 25 e 59 anos devem fazer exames anuais (como o Papanicolau e os de confirmação diagnóstica), além de tratamentos específicos, se necessário, para problemas que podem evoluir para a doença, como, por exemplo, o papilomavírus humano (HPV). Com procedimentos como esses, o número de óbitos causados pela doença pode diminuir em até 80%.
Além disso, fatores de risco apontados por especialistas são histórico de doenças sexualmente transmissíveis (DST), tabagismo, imunodeficiência, grande número de partos e uso prolongado de anticoncepcionais orais.
Papilomavírus humano (HPV) - O papilomavírus humano é uma família de vírus – são aproximadamente 150 tipos. Alguns não são necessariamente transmitidos sexualmente, mas são os que se propagam por meio do sexo os mais preocupantes.
O HPV é a principal doença viral transmitida por meio de relações sexuais. Oito entre 10 mulheres sexualmente ativas adquirem pelo menos um tipo de papiloma durante a vida. A prevenção pode ser feita por meio do uso de preservativos durante a relação sexual. O vírus tem papel importante no desenvolvimento do câncer de colo de útero e das lesões que o precedem.
Outros problemas - Os especialistas lembram ainda que é recomendável atentar para anormalidades, como sangramento vaginal fora do período menstrual, corrimento com manchas de sangue e sem prurido (coceira), dor pélvica, dificuldade para urinar, emagrecimento e anemia. Esses são os principais sinais e sintomas do câncer no colo de útero.
Mama
A maior incidência de mortes causadas por câncer de mama acontece porque um dos fatores que dificultam o tratamento é o estágio avançado em que geralmente a doença é descoberta. Entre os fatores de risco apontados pelo INCA estão hereditariedade, obesidade e tabagismo, menarca precoce (primeira menstruação) e menopausa tardia (última menstruação), entre outros.
O sinal mais comum do câncer da mama é o aparecimento de um nódulo ou caroço, sobretudo quando não desaparece durante o ciclo menstrual e não muda de local quando apalpado. Os especialistas lembram que a maioria dos nódulos que aparecem na região mamária são tumores benignos, como os cistos. Contudo, só o médico poderá identificá-los e dar a orientação adequada.
Outros sinais que devem ser pesquisados são: edema (inchação), retração da pele (covinha), pele em “casca de laranja”, eritema (vermelhidão), alteração da aréola, ulceração, sangramento ou desvio do mamilo.
Como medidas preventivas à doença, além da orientação médica, são considerados essenciais o auto-exame e a mamografia, que deve ser feita anualmente após os 40 anos e pode ser complementada por ultrassonografia das mamas. O SUS é obrigado a fornecer gratuitamente o exame a todas as brasileiras.