O Ministério Público do Trabalho (MPT) notificou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sobre as imagens constrangedoras de empregados do Banco Público fazendo flexões. A cena absurda se passou durante o evento “Nação Caixa 2021”, iniciado na terça-feira (14), em Atibaia (SP), e foi comandada por Guimarães no microfone.

A notificação recomenda que o presidente da Caixa não submeta os empregados do Banco Público a flexões de braço e "a outras situações de constrangimento no trabalho". Caso Guimarães não cumpra a notificação, ele poderá ser responsabilizado nos âmbitos civil, criminal e administrativo.

O procurador do trabalho no Distrito Federal, Paulo Neto, que assina o documento, afirma que esse tipo de conduta coloca Guimarães "sob pena de instauração de procedimento investigatório no Ministério Público do Trabalho e adoção e medidas administrativas e/ou judiciais cabíveis para correção da conduta."

De acordo com Neto, o assédio moral é uma violência psicológica que pode produzir graves consequências à saúde mental dos trabalhadores. O procurador cita no documento precedente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que considerou abusiva e reprovável a conduta de empregador que determinou que o empregado fizesse flexões de braço.

Os vídeos dos momentos que Guimarães coloca executivos do Banco Público em situações constrangedoras estão circulando pela internet. Em um deles, os empregados da Caixa estão imitando a desastrosa cena do presidente Bolsonaro fazendo flexões em uma de suas viagens. E, claro, Guimarães, fazendo a contagem dos movimentos.

Não satisfeito com as cenas patéticas de flexão, Guimarães ainda queria que alguns dirigentes imitassem uma criança fazendo movimentos de ginástica no palco. A vice-presidente da Caixa, Tatiana Thomé de Oliveira, foi a primeira a ser "incentivada" a passar por essa palhaçada. Tatiana desistiu, mas após ela, outros dois empregados foram chamados para fazer o movimento de ginástica. Um deles, inclusive, cai no chão tentando realizar o movimento.