Saúde
Saiba quem não pode tomar a vacina da febre amarela
São Paulo e Rio de Janeiro pretendem vacinar mais de 20 milhões de pessoas contra a febre amarela até o mês que vem. Mas nem todas as pessoas podem tomar a vacina. Existem algumas contraindicações.
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Três pessoas morreram este ano no estado de São Paulo, por causa de uma reação à vacina. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, outras seis mortes ainda estão em investigação. Essa reação à vacina é extremamente rara, mas pode variar desde dor de cabeça, febre e mal estar até o desenvolvimento da doença viscerotrópica aguda, que pode levar à hepatite, insuficiência renal e causar hemorragias. Isso acontece porque a vacina é feita com o próprio vírus da febre amarela, só que de forma atenuada, ou seja, um vírus mais fraco do que aquele encontrado no ambiente.
Mesmo assim, de acordo com especialistas, a vacina é considerada segura porque a chance de uma pessoa desenvolver uma reação é muito pequena. No caso da doença viscerotrópica, por exemplo, é de 0,4 para cada 100 mil doses aplicadas.
Por causa deste risco pequeno a vacina não é indicada para todas as pessoas. Veja quem não pode tomar:
Crianças
A sociedade Brasileira de Pediatria divulgou uma cartilha com os cuidados que os pais devem tomar na hora de vacinar os filhos. De acordo com o documento, o uso de doses fracionadas da vacina de febre amarela pode ser feito em crianças a partir de 2 anos, desde que não apresentem condições clínicas especiais.
O pediatra Eduardo Troster explica que crianças acima de 9 meses já podem tomar a dose cheia da vacina, de 0,5ml. "Se ela tomar a dose cheia, vale para a vida toda, não precisa fazer reforço."
Se a criança ainda não foi vacinada, ela não pode tomar a vacina da febre amarela junto com a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) nem com a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). O intervalo mínimo deve ser de 30 dias entre as vacinas.
Crianças com menos de 9 meses não devem ser vacinadas contra a febre amarela.
Pacientes com doenças cardiovasculares
De acordo com o médico cardiologista Fábio Petri, quem tem algum tipo de doença cardiovascular precisa, antes de tomar a vacina, ter certeza de que o problema está controlado.
“Há algumas situações em que a vacina deve ser avaliada com cautela em pessoas cardiopatas. Pessoas com cardiopatias que não estejam totalmente controladas, é preferível primeiro controlar a doença para então fazer a vacina. Com a doença controlada pode realizar sem contraindicações”, explica.
Paciente com doenças renais
A a Sociedade Brasileira de Nefrologia recomenda que a vacina contra febre amarela em pacientes portadores de doença renal crônica, incluindo pacientes em diálise, seja avaliada com cautela. Deve ser considerado o risco da área em que o paciente vive, ou para onde irá viajar, e a situação de imunodepressão em que se encontra.
Grávidas ou mulheres que estão amamentando
Mulheres grávidas só podem tomar a vacina depois de uma rigorosa avaliação médica. Isso porque o vírus que está na vacina pode atingir o feto.
De acordo com a médica ginecologista e obstetra Helena Cossich, o ideal é que grávidas não tomem a vacina, mesmo que morem em áreas de risco. Ela explica que "o ideal para essas pessoas, é usar roupas que protejam contra a picada de mosquitos e o uso do repelente. Especificamente para as grávidas, o ideal é o repelente Exposis ou qualquer outro de Icaridina".
No caso das mulheres que estão amamentando, a médica explica que deve ser avaliado o risco-beneficio de acordo com o lugar onde mulher mora ou se ela terá de viajar. "Se for imprescindível a administração da vacina, o aleitamento deverá ser suspenso por 10 dias e o bebê deve receber aleitamento suplementar nesse período. É importante que a mulher continue ordenhando o leite para que a produção do mesmo não pare e ela volte a amamentar depois dos 10 dias pós-vacina".
Mulheres que desejam engravidar devem tomar a vacina antes de começar a tentar ou antes de fazer o procedimento de inseminação artificial.
Transplantados e doadores de sangue ou órgãos
Pacientes que passaram por algum tipo de transplante não devem tomar a vacina por uma questão de segurança. A vacina é feita com microorganismos vivos e pessoas transplantadas costumam ter o sistema imunológico não tão fortalecido. Por isso, podem apresentar maior risco ao desenvolvimento de doenças e efeitos colaterais.
O ideal é que a vacina seja feita antes do transplante.
Quem é doador de sangue deve tomar a vacina antes de fazer a doação. Quem já tomou a vacina, deve esperar quatro semanas para voltar a doar sangue.
Pessoas com mais de 60 anos
Pessoas que estão acima dos 60 anos costumam ter imunidade mais baixa. Como explica a médica pós-graduada em geriatria Thaís Bertholini, "os idosos apresentam um declínio da sua função imunológica que chamamos de imunosenescência e, por isso, ficam mais expostos aos efeitos colaterais da vacina".
A médica sugere que seja levado em consideração a relação risco x benefício da vacinação e que seja feita uma avaliação individualizada por profissional capacitado. Esse médico vai fazer uma avaliação clínica e da capacidada funcional do paciente: "Devemos levar em consideração a presença de comorbidades, que são doenças que o paciente já tem ou teve, principalmente diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, cânceres, reumatismo, artrite e HIV/AIDS - que por si só já alteram a função imunológica".
Pacientes que fazem tratamento com corticoide
Os corticóides, também conhecidos como cortisona, cortisol ou corticoesteroides, são um tipo de medicamento feitos a partir de um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais. Eles têm efeito inti-inflamatório e costumam ser usados no tratamento de problemas como asma, alergias, lúpus e reumatismo e artrite.
Esse tipo de tratamento pode alterar a função imunológica porque suprime a imunidade. Por isso estas pessoas podem ficar mais sucetíveis aos efeitos colaterais da vacina.
Pacientes com HIV
O paciente que tem o vírus HIV no organismo, mas tem a carga vital indetectável e a contagem de CD4 alta pode tomar a vacina, caso esteja sob risco de exposição. De acordo com a médica infectologista do Instituto da Criança, Heloísa Helena de Souza Marques, "se o paciente estiver com o CD4, que mede a imunidade celular, muito baixo, a recomedação é evitar lugares que sejam considerado de risco, que use repelente e roupas de manga comprida. Mas o mais importante é procurar um médico e fazer uma avaliação".
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Fonte R7 Saúde
Postado por Fabiano Couto em Notícias