No próximo dia 20, os bancários vão ver sua participação nos lucros ser injustamente reduzida.
Os bancários do Santander receberão no dia 20 os valores referentes à segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), ao adicional da PLR e ao PPRS (Programa de Participação nos Resultados Santander).
PLR - A regra básica prevê distribuição de 90% do salário mais R$ 1.540, com teto de R$ 8.414 que, caso fique abaixo dos 5% do lucro líquido anual da instituição financeira, deverá ser aumentado até o limite de 2,2 salários ou R$ 18.511,54. Com o lucro apresentado pelo Santander em 2012, a distribuição da PLR aos seus trabalhadores será de 1,5 a 2,2 salários. Sendo que apenas os empregados que ganham até R$ 2.000 receberão os 2,2 salários.
Além disso, do pagamento da PLR será descontada a antecipação de 2012 que correspondeu a 54% do salário reajustado mais R$ 924, com teto de R$ 5.048,60.
PLR adicional – a regra básica de adicional da PLR corresponde à distribuição linear de 2% do lucro líquido (limitado a R$ 3.080) também será paga dia 20. Pelo lucro apresentado pelo Santander, o montante será de R$ 2.461,65, do qual será descontado o adiantamento da primeira parcela do ano passado (R$ 1.265,13).
PPRS – Depois de intensa negociação com o banco, ficou assegurado que nenhum funcionário receberá valor inferior a R$ 1.600 de remuneração variável. Assim, se um trabalhador tiver direito a R$ 800 de remuneração varável o valor será complementado até chegar a R$ 1.600. Também quem não é legível nos programas próprios também receberá os R$ 1.600. Além disso, os programas próprios não serão descontados da PLR da categoria como ocorre nos demais bancos.
PLR sem IR – Os funcionários do Santander também se beneficiarão da isenção de imposto de renda para a PLR de até R$ 6 mil. Quem ganha acima desse valor também pagará menos imposto.
Faltou reconhecimento
No próximo dia 20, os bancários vão ver sua participação nos lucros ser brutalmente reduzida. Justamente os maiores responsáveis pelo resultado da empresa e que ficaram a mercê do enxugamento do quadro de pessoal, pois em apenas três meses foram extintas 1.128 vagas. Paralelamente a essa redução no quadro, o banco inaugurou 23 agências, conquistou 461 mil novos clientes e abriu 325 mil novas contas correntes. O Santander tem plenas condições de valorizar seus trabalhadores.
É bom lembrar que apenas a receita com prestação de serviços, que alcançou R$ 10,025 bi no ano passado, o banco cobre 138% de suas despesas de pessoal, inclusive PLR.
Enquanto isso, em 2011 o alto escalão do Santander no Brasil recebeu bônus de R$ 246 milhões, em abril de 2012 a Assembleia Geral Ordinária do banco aprovou elevação de 22% nesta distribuição. Dessa forma, foi autorizada a distribuição de R$ 300 milhões aos 8 integrantes do Conselho de Administração e 56 membros da Diretoria Executiva. Ou seja, é como se, em média, cada um deles recebesse um salário mensal de R$ 390 mil.
Da mesma forma que o alto escalão, os acionistas também não foram afetados pela elevação do PDD. Por que somente o trabalhador, verdadeiro responsável pelos resultados da empresa não é valorizado da forma como merece? Até quando Santander?