Santander envia à matriz R$ 1,5 bi dos recursos captados com IPO

O Santander aproveitou a folga nos índices de capitalização, depois da bilionária oferta de ações feita no ano passado, e resolveu antecipar o resgate de um CDB de R$ 1,507 bilhão. O fato inusitado é que o credor desse título é a própria matriz espanhola, que havia colocado o dinheiro na filial brasileira em março do ano passado, em meio à crise. Segundo nota oficial, o objetivo da instituição é "melhorar a estrutura de passivos". Na época do IPO já se especulava sobre a possibilidade de o banco reduzir parte de sua dívida subordinada, proporcionalmente superior a seus concorrentes diretos. Mas muita gente também se perguntava se a matriz espanhola não estaria aproveitando as melhores condições do mercado brasileiro para fazer uma captação mais barata por aqui do que conseguiria fazer na Europa. O certificado de depósito bancário em questão consta como dívida subordinada, por conta do prazo de 10 anos do papel. Dessa forma, integra o chamado capital de referência, para efeito de cálculo do índice de alavancagem. "O efeito imediato é a redução da capacidade de empréstimo do banco, mas como ele está muito capitalizado depois do IPO, o impacto será muito pequeno", avalia Pérsio Nogueira Junior, analista de bancos da Planner Corretora. Depois de captar R$ 13,2 bilhões com a oferta de ações, em agosto, o índice de Basileia do banco deve ter fechado o ano em patamar entre 22% e 24%, distante do mínimo exigido pelo Banco Central, que é de 11%. Com o resgate do CDB, o índice deve sofrer uma queda pequena, entre 0,5 e 1 ponto percentual, mantendo-se acima de 20%. No início deste mês a matriz realizou operação semelhante na Espanha, ao anunciar a recompra de ? 4,8 bilhões em dívida subordinada como forma de "reforçar o balanço". No dia 22, foram fechadas as compras de ? 693,3 milhões de bônus subordinado do Abbey National e ? 141,8 milhões do Santander Central Hispano Issuances Limites. A matriz também anunciou no fim do ano que está em processo de constituição de reservas para cobrir a alta da inadimplência, que atingiu 3,03% no terceiro trimestre, saindo de 1,71% um ano antes. A notícia foi bem recebida pelo mercado. Em dia de Bovespa em queda de 1,05%, as "units" do Santander fecharam em forte alta de 3,23%. Os grandes bancos derraparam ao longo do dia, seguindo o mercado externo, mas Bradesco e Itaú fecharam o dia em alta de 0,5% e 0,25%, respectivamente, enquanto Banco do Brasil perdeu 2,7%. Os médios terminaram o pregão com desvalorização entre 0,4% e 4,2%. Procurado, o Santander disse que não poderia comentar a operação pois está no período de silêncio que antecede a divulgação do balanço, no dia 4 de fevereiro. A transação foi autorizada pelo Banco Central no início do ano.

Fonte V
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