O líder da Oposição do Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), confirmou ter conseguido, nesta sexta-feira (8), reunir as 27 assinaturas necessárias para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apure o suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação na gestão do ex-ministro Milton Ribeiro. Desde sua a exoneração, a oposição do Senado Federal trabalhava para reunir apoio ao colegiado.

O objetivo da CPI é investigar as denúncias de propina articulada pelos pastores evangélicos no Ministério da Educação. Segundo Rodrigues, ela deve ter o prazo de 90 dias.

“Diante dos graves fatos narrados acima, cabe ao Senado Federal cumprir o seu dever de monitoramento e fiscalização e apurar as irregularidades e crimes praticados na destinação das verbas do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)”, escreveu Randolfe no requerimento de abertura da CPI.

Entre os fatos determinados estão tráfico de influência, emprego irregular de verbas públicas, advocacia administrativa, corrupção ativa e passiva, usurpação de função pública e crimes de responsabilidade.

Bolsonaro tenta minimizar corrupção no seu governo

Nesta quinta-feira (7/4), o presidente Jair Bolsonaro, em encontro com agricultores tentou minimizar os últimos escândalos de corrupção no seu governo. Recentemente, dois casos de corrupção vieram à tona no Ministério da Educação (MEC): a cobrança de propina por pastores lobistas, para liberarem recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); e a tentativa de comprar ônibus escolares superfaturados. Sem entrar em detalhes, Bolsonaro afirmou que as pessoas erram por “boa fé”.

Barras de ouro aos pastores

Parlamentares reagiram à fuga ardilosa do pastor, Milton Ribeiro, em não ir ao convite do Senado para explicar o escândalo de corrupção, na sua gestão como Ministro do MEC. Assim conseguiram as assinaturas necessárias para que uma CPI seja instalada na Casa, com a finalidade de esmiuçar todo o mecanismo instalado pelos clérigos evangélicos que comandavam a pasta exigindo propina até em barras de ouro.