APAGÃO NA SOBERANIA

TCU libera venda da Eletrobras. ‘História vai nos cobrar’, afirma ministro

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TCU libera venda da Eletrobras. ‘História vai nos cobrar’, afirma ministroMarcello Casal Jr/Agência Brasil

Para revisor, contas vão subir: “Homens do mercado estão em festa”

Na retomada do julgamento sobre a privatização da Eletrobras, o Tribunal de Contas da União (TCU) avalizou quarta-feira (18) a continuação do processo de “descapitalização” da companhia, que deve reduzir de 60% para 45% a participação da União. Prevaleceu o voto do relator, ministro Aroldo Cedraz. O julgamento havia sido interrompido há quase um mês, em 20 de abril, por um pedido de vista feito pelo ministro Vital do Rêgo. Hoje, como revisor, ele enumerou “ilegalidades patentes que precisam ser saneadas” antes que o processo prossiga.

 

Segundo ele, foi um dos casos mais relevantes da história do TCU, dada a complexidade do tema e a importância estratégia da Eletrobras, a maior empresa do setor na América Latina. “No futuro, a história vai cobrar de cada um de nós.” Após quatro horas e meia de sessão, o resultado – 7 a 1 – foi anunciado pela presidenta do tribunal, Ana Arraes, às 18h59, com protestos do lado de fora e pedidos de suspensão do julgamento.

 

“Não é possível prosseguir com essa privatização antes de essas ilegalidades serem corrigidas”, afirmou Vital do Rêgo, para quem “não se cabe questionar a opção pela privatização”, desde que as falhas sejam sanadas. Voto vencido – houve ministro que não se conteve e já chamou a empresa de “nova Eletrobras” –, ele afirmou ser “mentira” afirmar que a desestatização proporcionará melhores serviços à sociedade, citando o caso de apagão no Amapá. Por sua vez, o relator Cedraz, último a se manifestar, falou em “modernização” do setor e proteção aos usuários.

 

“Contas vão aumentar”

“Não existe comprovação de que o mercado é capaz de gerar energia a preços mais competitivas para o desenvolvimento do país”, acrescentou. “A conta vai aumentar e muito. (…) Os homens do mercado estão em festa hoje.” Para o vice-presidente do TCU, Bruno Dantas, a “decisão política” de vender a empresa já foi tomada pelo Congresso e o processo, do ponto de vista técnico, só precisa de alguns ajustes. Para o ex-senador Antonio Anastasia, está garantida “lisura e higidez” do processo.

 

Ao divulgar os resultados do primeiro trimestre, a companhia reportou que teve lucro líquido de R$ 2,716 bilhões, 69% a mais do que em igual período de 2021. A receita líquida cresceu 12%, somando R$ 9,181 bilhões. Já os investimentos atingiram R$ 523 milhões (aumento de 1%), de um total orçado em R$ 1,060 bilhão. A empresa, que responde por 30% da energia gerada no país, fechou o trimestre com 12.090 empregados, ante 12.221 no início do ano passado (-1%).

Escrito por: Vitor Nuzzi
Fonte Rede Brasil Atual
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias
Atualizado em: 19 de maio de 2022

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