Meritocracia
A meritocracia e a exploração do “empresário de si próprio”
O Neoliberalismo derruba os direitos sociais e os transforma em serviços para você comprar no mercado. A saúde e educação públicas, por exemplo. O direito a aposentadoria garantida pelo Estado, que esta sendo desviada para as instituições financeiras venderem mais caro, com menor reversão, por tempo limitado e sem nenhuma garantia do Estado em caso de falência.
Para que isso aconteça o governo precisa de uma ideologia que diga ao trabalhador e, principalmente aos jovens: “Isso é bom para você”. Neste contexto entra o Neoliberalismo que prevê a extinção das classes trabalhadoras e patronais.
Nesta ideologia, os indivíduos são investimentos que cada família constrói. Este investimento faz com que cada pessoa pense a si próprio como uma empresa. Ele vira empresário de sí mesmo. Ele acredita que em busca de um emprego ele vai negociar de igual para igual com o empregador. Porque ele também é uma empresa individual que prestará serviço para outra empresa maior.
Aí está a questão
Este empresário de si mesmo tem que ter um “plus”, porque tem um milhão de outros a procura daquele emprego. Então como ele não vai trabalhar e sim prestar serviços, como uma empresa, ele vem com o diploma, plano de saúde e de previdência privada pagos por ele ou seus investidores, a família. Alguns têm curso de “MBA” custeado pela família. Ganha também um terno completo para entrar bem na competição.
Sem custos
Pronto está aí um portador de todos os elementos que garantem às empresas não terem despesas nenhuma com a prestação de serviços. Esta é a fórmula para desenvolver um individualismo e competição ao ponto máximo e o desencargo por parte do Estado e da iniciativa privada de todos os direitos do sujeito.
Corrói por dentro a classe Trabalhadora
Com isso, o Neoliberalismo corrói por dentro a classe trabalhadora. Os jovens não se veem mais como trabalhadores, mas sim como pequenos empresários.
Meritocracia
O Neoliberalismo impõe a medianização da sociedade, a perda de referência de classe social, o individualismo competitivo, a privatização de todos os direitos e a IDEIA de que se você consegue agregar todos estes elementos como empresa de sí próprio: Você entrou no campo da MERITOCRACIA. Ou seja, faz o sujeito acreditar que tudo isso ele obteve por mérito próprio. Aí ele é parte do sistema.
É uma tragédia!!!
Fonte: Assista a entrevista entrevista de Marilena Chauí no Youtube
Escrito por: Gustavo Mesquita
Fonte Fonte: facebook.com/jornalistaslivres entrevista com Marilena Chauí, filósofa, livre docente e ex-professora titular da USP.
Postado por Gustavo Mesquita em Artigos
Atualizado em: 11 de agosto de 2017