PARAÍSO DOS BANQUEIROS
Bancos aumentam lucros durante a mais grave crise econômica e sanitária
Bradesco tem alta de 68,3% nos ganhos do primeiro semestre, Itaú 59,4% e Santander tem o maior lucro trimestral de sua história
O cartel dos grandes bancos no Brasil continua a afrontar à sociedade e a gerar indignação no povo brasileiro. O sistema financeiro, mesmo durante a mais grave crise sanitária e a recessão econômica do país, continua a ter vultosos crescimentos em seus lucros. O trabalhador e os sindicatos sabem como o setor tem faturado bilhões: cobram os juros mais altos do planeta, a exploram e demitem bancários e desrespeitam clientes e usuários.
Bradesco
O Bradesco obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,834 bilhões, no primeiro semestre de 2021. A alta foi de 68,3% em relação ao mesmo período de 2020.
Apesar de tanto faturamento, o segundo maior banco privado do país fechou 999 unidades físicas e extinguiu 9.425 postos de trabalho em doze meses. As dispensas foram feitas mesmo neste período de pandemia da Covid-19. Como as demais instituições financeiras, o banco descumpriu o acordo feito com a categoria de não dispensar trabalhadores.
Além dos lucros bilionários, os bancos receberam R$1,2 trilhão do governo Bolsonaro sem nenhuma contrapartida social. Este é o modelo econômico rentista incentivado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e dominado por banqueiros e especuladores.
Itaú
O Itaú, maior banco privado do país, Lucrou R$12,941 bilhões no primeiro semestre deste ano. O crescimento no faturamento também chama a atenção ante a crise financeira, fruto da política recessiva do Ministro da Economia Paulo Guedes e agravada pela pandemia: 59,4% em relação ao mesmo período de 2020.
Como no caso do Bradesco, o grupo da família Setúbal também não valoriza os funcionários, dispensando trabalhadores, fechando agências e precarizando as condições de trabalho, com aumento da pressão e do assédio moral em função de metas cada vez mais absurdas e desumanas.
Aparentemente a holding contratou mais, abrindo 1.268 postos de trabalho em doze meses e 1.196 no trimestre. No entanto, um olhar mais apurado revela que o banco contrata mais trabalhadores na área TIs (Técnicos em Tecnologia da Informação), sem cobertura dos direitos da convenção coletiva dos bancários, com salários abaixo do piso da categoria e com condições de trabalho ainda mais precárias. “Lucram com o desemprego e retirada de direitos dos trabalhadores”, afirma Élcio Quinta, dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
As contratações estão relacionadas à incorporação, a partir do segundo trimestre de 2020, dos empregados da ZUP, uma empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019. O movimento sindical alerta que não houve a criação de novos postos de trabalhadores bancários, que estão sendo reduzidos e o banco fechou 114 agências físicas no Brasil, em doze meses.
Santander
A recessão econômica que quebra indústrias, fecha estabelecimentos comerciais e aflige os trabalhadores com 15 milhões de desempregados e 6 milhões de desalentados (brasileiros que já desistiram de procurar emprego), o maior da série histórica, não passou perto também dos donos do Santander. O banco teve um lucro líquido gerencial de R$ 4,171 bilhões no segundo trimestre de 2021. É o maior lucro trimestral do banco desde 2010. O resultado representa uma alta de 98,4% em relação ao mesmo período de 2020 e de 5,4% no trimestre. O lucro obtido nos primeiros seis meses pela unidade brasileira do banco representou 22,5% do lucro global do conglomerado espanhol, que foi de 4,205 bilhões de euros.
Demissões em massa, adoecimento de bancários por pressão e assédio moral em função de metas abusivas também fazem parte do cotidiano de exploração do banco, um padrão em todo o sistema financeiro.
“O Santander se nega a negociar com os funcionários, que adoecem e são submetidos a um trabalho de esgotamento total, faltam funcionários, acumulam funções, não almoçam, são assediados, expostos a transmissão da Covid e desrespeitados. Por isso, o Santander foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar uma multa de R$ 50 milhões por práticas antissindicais, demitir em plena crise sanitária e explorar seus trabalhadores”, finaliza Fabiano Couto, secretário de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Escrito por: Carlos Vasconcellos
Fonte SEEB do RJ com edição da Comunicação do SEEB de Santos e Região
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias