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Banqueiros mantêm silêncio após dez dias de greve

Após dez dias de greve nacional dos bancários, completados hoje, 06/10, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ainda não chamou nenhuma reunião de negociação com a categoria. O Comando Nacional dos Bancários esteve em São Paulo, na terça-feira, 4, para retomar o processo de negociação, mas obteve apenas o silêncio dos bancos. 

Em repúdio a essa postura, o Comando divulgou uma nota oficial cobrando o compromisso da continuidade das negociações com as representações dos bancários. No documento, é dito que a intransigência dos bancos aumenta ainda mais a insatisfação da categoria e incentiva o crescimento da greve em todo Brasil. 

Idelmar Casagrande, representante do Espírito Santo e da Intersindical no Comando Nacional dos Bancários, esteve em São Paulo para a tentativa de negociação e disse considerar uma “falta de respeito com a categoria e com a sociedade o que vem ocorrendo. Os bancos não estão preocupados em negociar”. 


Silêncio dos bancos amplia greve nacional dos bancários 

Os bancos estão agindo de forma irresponsável ao permanecerem em silêncio e ignorarem a disposição dos bancários para retomar o processo de negociações. Essa postura das instituições financeiras irá ampliar ainda mais a greve nacional da categoria, que completa nesta terça-feira (4) oito dias de paralisações em bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal. 

Desde segunda-feira (3), o Comando Nacional dos Bancários esteve reunido em São Paulo avaliando a paralisação, o que foi amplamente divulgado pela imprensa. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro também enviou uma carta à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), comunicando que os integrantes do Comando Nacional estavam de plantão, na capital paulista, aguardando a retomada das negociações. 

No documento, foi cobrado o compromisso público assumido pela Fenaban em pronunciamento divulgado na última quinta-feira, dia 29 de setembro, onde promete "disposição em dar continuidade às negociações com as representações dos bancários". Entretanto, nenhuma negociação foi marcada até agora, contradizendo o discurso dos bancos para os bancários, os clientes e a sociedade brasileira.

A intransigência dos bancos aumenta ainda mais a insatisfação da categoria e incentiva o crescimento da greve em todo Brasil. Os bancários rejeitaram o reajuste de 8%, que representa apenas 0,56% de aumento real, e reivindicam 12,8% (5% de aumento real mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento aos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens. 

As reivindicações são justas, principalmente em face dos lucros estrondosos dos bancos nos últimos anos. Somente nos primeiros seis meses de 2011, as maiores instituições acumularam R$ 27,4 bilhões. É um dos setores mais rentáveis de economia e tem a obrigação de valorizar seus funcionários, gerar empregos, distribuir renda e contribuir para o desenvolvimento do país. 

Os bancários reiteram que permanecem abertos ao diálogo e manifestam a disposição para a retomada imediata das negociações com a apresentação pelos bancos de uma proposta decente que venha a atender as reivindicações da categoria. 

A culpa da greve é dos bancos. Os bancários querem respeito, dignidade e compromisso com o Brasil e os brasileiros. 

São Paulo, 4 de outubro de 2011. 

Comando Nacional dos Bancários 

Fonte SEEB Espírito Santo
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